Hoje é aniversário do Maurício Vargas, amigo de Americana (cidade vizinha de Campinas) que conheci nos anos de faculdade de Jornalismo na PUC. Hoje ele segue na área - com um excelente blog sobre futebol que será adicionado aos links ao lado - enquanto eu acabei me afastando da prática jornalística e só escrevo aqui como passatempo. No entanto, fica como herança o saudosismo pelos anos em que a turma passava horas discutindo sobre futebol e fazendo palpites para o bolão - e havia até uma panela instituída, a LUB, ou Liga Universitária de Bolão (que fez com que o restante da classe nos conhecesse como "a turma do bolão").
A ideia de organizar um bolão da Série A do Brasileiro não foi minha, aliás, fui dos últimos a entrar. Criada ainda no primeiro ano da faculdade por quatro integrantes da turma (acho que Maurício, Thiago Felippe, Rafael "Cervantes" Felippe e Carlos "Cheche" Freitas), ela dobrou de tamanho com a entrada de Zé, "Doc" Aguirre, Rafael Aoki e Márcio Fernandez e chegou aos dez membros com as entradas de Carlos Giacomelli e, finalmente, a minha.
Ainda uma brincadeira desorganizada no seu primeiro ano de faculdade (2002), no ano seguinte a entrada de novos membros fez com que o bolão envolvesse dinheiro e ganhasse cadernos para que cada membro pudesse anotar todos os palpites de resultados - os seus e os dos outros participantes. Até hoje, quando o Brasileirão tem aquela rodada repleta de clássicos, lembro do Maurício escrevendo no blog da LUB que estava chegando "la ronda de fuego" - já que os clássicos conferiam uma pontuação maior do que os jogos normais.
Para quem me conheceu após esse período, eu já era um cara que gostava muito de futebol e que via peladas que ninguém mais encararia (lembro dum sábado a tarde que vi um Botafogo 2 x 2 Payssandu inteiro). No entanto, comecei a faculdade sem nem lembrar direito o que era futebol, já que eu havia abandonado o gosto pelo esporte no meio dos anos 90. De vez em quando via alguns jogos da Seleção, mas em 2000 nem isso cheguei a fazer - aliás, só tentei assistir um jogo no ano, a final da Copa João Havelange, mas aconteceu a queda do alambrado e o jogo foi interrompido nos primeiros minutos.
O resgate foi acontecendo aos poucos: fiz amizade com o amigo americanense ainda nos primeiros dias da faculdade por gostarmos de heavy metal e alguns programas de humor em comum, enquanto ele também ia se enturmando com a turma do futebol (um cara que vestia a camisa do Vasco todo santo dia tinha que chamar a atenção de quem gosta do esporte bretão). Aos poucos fui me aproximando do resto da turma do futebol, fazendo amizade e pegando o gosto por futebol de volta por osmose.
Hoje, após ter virado rato de estádio, viajado a outro estado para ver jogo da Ponte Preta e até Porto Alegre para conhecer algumas canchas (e ambiciono fazer o mesmo com Buenos Aires e Montevidéu), além das inúmeras horas na frente da tevê, considero que sinto uma certa dívida de gratidão: apesar de todas as dores de cabeça, os resfriados causados pela chuva e os vários momentos de estresse, nada apaga as muitas amizades construídas através do esporte (um salve aos amigos da FAECV) e os momentos de alegria, as sempre honestas lágrimas de felicidade e as pequenas pérolas que o "good old football" proporciona.
Ouvindo: Red Hot Chilli Peppers - Blood Sugar Sex Magic
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