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Wednesday, December 17, 2014

E vai-se 2014

Outro dia estive por aqui para deixar um trecho dum livro no meu blog e me dei conta de quão abandonado ele está. Abandonado porque tenho escrito mais por aí do que por aqui, porque arrumei alguns projetos pessoais e, sinceramente, porque já não tenho mais muito saco para registrar aqui o que penso sobre a polêmica X, o assunto Y ou o acontecimento Z. Cheguei a pensar inclusive em fechar o blog, mas eu sentiria falta de ter onde publicar alguns pensamentos e aleatoriedades. Há também o histórico de posts, um registro (ainda que parcial) de quem fui por quase cinco anos e de como mudei no decorrer dessa meia década. Então ele continuará ativo, mesmo que meio abandonado e cada vez menos intimista. Apesar dos assuntos relevantes que eu poderia usar como assunto, achei que a forma mais conveniente de alimentá-lo é com uma retrospectiva que compense tudo que não foi publicado durante o ano de 2014.

O ano atual começou com uma diminuição drástica do ritmo que eu vivia no fim de 2013, quando passei por novembro e dezembro numa transição de áreas profissionais e trabalhava doze, treze horas por dia quase diariamente. Mas consegui passar adiante o papel desempenhado no time antigo e gradativamente me desenvolvi no novo papel executado: agora trabalho com suporte de vendas, fazendo a parte burocrática de propostas de software para que os vendedores da empresa tenham mais tempo livre para visitar clientes e consequentemente realizar mais vendas. No âmbito profissional foi, por sinal, encontrei a estabilidade que me permitiu embarcar em outros projetos.

O fim de 2013 turbulento profissionalmente, não posso deixar de citar, rendeu algo de positivo a médio prazo: precisei adiar minhas férias de novembro do ano passado e as usei no último mês de abril. Assim pude ir a Curitiba e participar do casamento do casal de amigos coxa-branca, Vinícius e Amanda Gonçalves. Na mesma viagem pude conhecer os amigos "conservas" curitibanos. Mais uma vez deixo registrados meu agradecimento e meus votos de felicidades ao casal, além de minha estima pelo núcleo de amigos "reaças".

Onde você vê araucárias eu vejo luta™

Paralelamente comecei a controlar quantos filmes assistia e quantos livros lia durante o ano. Pode parecer bobagem, mas foi uma forma de me desafiar a compensar anos de defasagem, principalmente cinematográfica. Minha meta era de assistir pelo menos cinquenta filmes no ano e superei a meta (cinquenta e oito filmes listados enquanto escrevo este post). Entre as preciosidades e o lixo tenho que destacar Alta Fidelidade, uma inspiração para que eu saísse do conforto do heavy metal e procurasse mais o classic rock. Rush, Bruce Springsteen e David Bowie foram os líderes desta mudança de ares. Aproveitando o ensejo do filme de John Cusack, talvez eu me anime e faça uma lista com os cinco filmes dos quais mais gostei de ver em 2014.

Assim como essas, outras (boas) novidades surgiram, mesmo sem causar grande repercussão ou mudanças significativas: comecei a usar cavanhaque, fui crismado, tornei-me catequista e agora cuido duma turma de crisma, mas de adolescentes. Fiz uma tatuagem duma cruz de Jerusalém no bíceps direito. Em agosto fiz mais um aniversário no Wili com surpreendente quantidade de presentes e entrei na casa dos trinta. Tive minha primeira conjuntivite. Poucos dias depois minha irmã voltou dos Estados Unidos para morar em Campinas novamente. Aprendi a diferenciar meu desgosto por praias do desgosto por praias ruins, farofagem, várzea, etc, etc. - algo que soa como ridículo e óbvio, mas não para quem passou infância e adolescência visitando a mesma praia de merda. Comecei aulas de russo com um professor particular por um interesse pessoal e talvez profissional, quem sabe? Mas juro que não tenho planos de integrar força armada alguma, como certos conterrâneos. A Ponte até voltou à Série A, mas vamos cortar o assunto por aqui.

домашнее задание по-русский

E também houve a Eloísa. Um namoro com ares de miragem. Surpreendente desde o começo, quando nos conhecemos através do Tinder no começo de junho (sim, tudo nessa vida é possível), depois quando ela superou suas próprias incertezas e inesperadamente me pediu em namoro perto do fim de setembro e, dois meses e pouco depois, quando ela se disse incerta sobre se envolver e preferiu abreviar o relacionamento. Foi um período etéreo, mas não o lamento e não me arrependo pelo que passamos. Pude lembrar de meu lado mais romântico: escrevia, mandava flores, fui atencioso. "Combati o bom combate", digamos. Não sei se essa convicção minha pode ter sido vista como intimidadora, mas agora suposições não servem para mais nada. Segue o jogo e segue a vida.

2014, de modo geral, foi um bom ano. Foi bastante calmo, talvez não só pelos seus poucos episódios emocionantes, mas também devido à maturidade da qual precisei para evitar que agitações se avolumassem. Isso é excelente quando não se tem estômago para passear em montanhas-russas emocionais. E que venha 2015, embora este ano me pareça desenhado em tons cinzentos onde seria mais apropriado usar a combinação auriverde.

Para fechar o ano, uma mensagem motivacional (??) e meu desejo dum feliz 2015 a todos

Monday, December 1, 2014

O velho e o mar

Trecho da leitura do último sábado e, de alguma forma, um pouco de previsão sobre o relacionamento que acabou antes que eu pudesse escrever sobre seu começo aqui no blog:

"Sempre pensava no mar como *la mar*, que é o que o povo lhe chama em espanhol, quando o ama. Às vezes, aqueles que gostam do mar dizem mal dele, mas sempre o dizem como se ele fosse mulher. Alguns dos pescadores mais novos, os que usam bóias por flutuadores e têm barcos a motor, comprados quando os fígados de tubarão davam muito dinheiro, dizem *el mar*, que é masculino. Falavam dele como de um antagonista, um lugar, até um inimigo. Mas o velho sempre pensava no mar como feminino, como algo que entrega ou recusa favores supremos, e, se tresvariava ou fazia maldades era porque não podia deixar de as fazer. A lua influi no mar como as mulheres, pensava ele"

Ernest Hemingway em O velho e o mar


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