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Tuesday, January 28, 2014

Euzinho

Texto do filósofo, escritor e professor Luiz Felipe Pondé publicado na Folha de São Paulo na última segunda-feira, 27 de janeiro de 2014.

 A modernidade é uma declaração de guerra à ideia de tradição. Mas nós, modernos, continuamos a não perceber isso, e o resultado é que suspiramos como bobos diante do que pensamos ser uma tradição, apesar de detestarmos qualquer sinal verdadeiro de tradição.

Procuramos tradições em workshops xamânicos, espaços budistas nas Perdizes, livros baratos sobre como viviam os druidas.

São muitas as definições de tradição. Não vou dar mais uma, mas sim elencar atitudes que estão muito mais próximas do que é uma tradição do que cursos de cabala nos Jardins. Nada tenho contra estudar culturas antigas, apenas julgo um equívoco confundir a ideia de tradição com modas de uma espiritualidade de consumo.

Não existe xamã na Vila Madalena. A cabala não vai salvar meu casamento. Meditação não fará de mim uma pessoa melhor no trabalho. Imitar a alimentação de monges tibetanos não aliviará minha inveja. Frequentar cachoeiras indígenas não fará de mim uma pessoa menos consumista. Tatuar palavras védicas não me impedirá de fazer qualquer negócio pra viver mais.

Visitar templos no Vietnã não fará de mim alguém menos dependente das redes sociais. Desejar isso fará de mim apenas ridículo.

Uma tradição, pra começo de conversa, nada tem a ver com "escolha". Não se escolhe uma tradição. Neste sentido, muitos rabinos têm razão em desconfiar de conversos ao judaísmo por opção. Uma tradição funciona sempre contra sua vontade, à revelia de sua consciência, submetendo-a ao imperativo que escapa à razão mais imediata. A única forma de tradição a que a maioria de nós ainda tem acesso é a língua materna.

Colocar os filhos pra dormir todos os dias é mais próximo do que é uma tradição do que estudar velhos símbolos indígenas ou brincar com eles em pousadas nas chapadas. Não poder sair à noite porque um dos filhos tem febre é tradição. Velá-lo durante a noite é tradição. Morrer de medo durante esta noite é tradição. Nada menos tradicional do que uma mulher sem filhos. Ela até pode aprender capoeira, mas será apenas iludida, se sua intenção for experimentar a tradição afro.

Nada tenho contra mulheres não terem filhos, digo apenas, de forma modesta, o que é uma tradição.

Homens que sustentam sua mulher e filhos são tradicionais, mesmo em tempos como os nossos em que todo mundo mente sobre isso. Levar seus velhos ao hospital, enterrá-los, em agonia ou com absoluta indiferença, é tradição. Andar pela casa à noite pra ver se tem algum ladrão, enquanto sua mulher e filhos ficam protegidos no quarto, é tradição. Ser obrigado a ser corajoso é uma tradição, maldita, mas é.

Pular sete ondas numa Copacabana lotada nada tem de tradicional, é apenas chato. Tradição é ir pra guerra se não sua mulher achará você covarde. Lavar louça, fazer o jantar, lavar banheiros, morrer de medo diante do médico. Falar disso pra quem vive uma situação semelhante a você. Ter que passar nas provas na escola. Ter que ser melhor do que os colegas. Sangrar todo mês.

Tradição é pagar contas, enfrentar finais de semana vazios e não desistir. É sonhar com um futuro que nunca chega. Engravidar a namorada. Ter ciúmes. Odiar Deus porque somos mortais. Ter inveja da amiga mais bonita, do amigo mais forte e inteligente. É cuidar dos netos. É educar os mais jovens e não deixar que eles acreditem nas bobagens que inventam.

Tradição funciona como hábitos que se impõem com a força de um vulcão, de um terremoto, de um tsunami, de uma febre amarela. Nada tem a ver com se pintar como aborígenes pra defender reservas indígenas ou abraçar árvores.

Evolução espiritual é um dos top em quem quer "adquirir" uma tradição. Mas esta nada tem a ver com "buscar" uma evolução espiritual como forma de fugir de filhos que têm febre ou compromissos afetivos. A evolução espiritual verdadeira é algo que nos acomete como uma disciplina aterrorizante.

Teste definitivo: você busca evolução espiritual pra aperfeiçoar seu "euzinho"? Lamento dizer que qualquer evolução espiritual (se existir) começa com você esquecer que seu euzinho existe.

Pescando, de Almeida Júnior

Sunday, January 26, 2014

Oprimido

Está nas revistas, na televisão, nas ruas e em boa parte da internet. A ditadura das barbas chegou e não deve ir embora tão cedo. Este adereço facial usado de formas tão variadas durante o decorrer da história e renegado até pouco anos atrás foi resgatado pelos hipsters. Porém, ao contrário dos óculos de armação quadrada, dos cachecóis e do consumo diário de cinco litros de café, o uso da barba se alastrou e tornou-se popular entre homens de outros nichos sociais.

Mas por que escrevo sobre um padrão estético se não o sigo? Para reclamar, é óbvio. Para registrar que já fui discriminado. Que já mandaram que eu parasse de me barbear. Que já fui chamado de "imberbe", "cabeça de lâmpada", "amendoinzão" e outros termos humilhantes. Sim, leitores, já fui oprimido simplesmente por não ostentar uma barba. E ninguém pergunta sobre o meu lado! Que tal perguntar sobre minha vontade de tê-la ou não, sobre a velocidade do crescimento dela ou sobre meu emprego antes de apontar um dedo acusador em minha direção? E como posso viver à vontade num mundo em que abro o Facebook e vejo mulheres babando por barbados numa página chamada "Faça amor, não faça a barba", cuja descrição é "Desculpem-me os 'desbarbados', mas barba é fundamental"? É ou não é muita humilhação?

Ok, reconheço que eu não sou obrigado a seguir essa regra, mas minha pilosidade não me define e não é justo que eu seja excluído pela sociedade por causa dela. Reconheço também que nós, desbarbados, somos uma maioria - até temos alguns agentes infiltrados entre os barbados. A questão é que este padrão excludente gera uma casta de privilegiados, uma elite à qual me refiro como "oligopólio dos 'likes'".

E aí surge um impasse: não consigo faço questão de seguir este padrão de beleza vigente, mas ao mesmo tempo fico inconformado por não fazer parte dele. O que fazer? Escolho a rendição e deixo a barba crescer? Não, isso demoraria demais, não tenho paciência para isso e não gosto do visual Zangief (fora que não quero ficar com cara de integrante do ZZ Top). Ignoro a ditadura imposta pela indústria da barba? Impossível, até o delinquente do Varg Vikernes é celebrado por minhas amigas barbófilas (?) e eu não posso assistir um absurdo desses calado. Resta apenas soltar queixas e mais queixas nas redes sociais para quem sabe combater essa opressão da mídia e da sociedade.

Talvez deveria haver alguma forma de controle para impedir que homens de cara lisa sejam discriminados. Não sei, uma opção poderia ser a regulação da mídia para que piadas, chacotas e comentários maldosos sejam proibidos. Melhor: uma lei que censure esse tipo de comentário ofensivo, assim os opressores deixarão de expressar essas observações desnecessárias - pelo menos longe do alcance de minha percepção. Enfim, há muitas formas para se trabalhar essa questão e alguém tem que tomar alguma ação (alô, governo!). Eu juro que estou bem comigo mesmo e me aceito como sou, mas sabe como é, essa também ajudinha não faria mal, né? E se não mudo, o mundo que mude por mim.

Mas o que é isso??

Monday, January 13, 2014

Papo casual

- Por que você costuma dormir do lado da porta? É para fugir de mim?

- Ouvi falar que é um instinto masculino de proteção da caverna, algo que carregamos conosco há milênios.

- Hum... - responde ela, pouco impressionada perante esta herança milenar.

Ele procura uma posição mais confortável para continuar deitado, mas não consegue encontrá-la depois de meia hora se sevirando.

- E você? Por que sempre fica do lado da janela?

- Porque você não me deixa opção.

Ela ri com a resposta, mas ele não se contenta. Com um beliscão no quadril dela, insiste:

- Mentira, às vezes você já deita antes e escolhe esse lado.

Ela se cala, ouve os pássaros e observa o céu nublado daquele começo de quinta-feira.

- Gosto porque entra uma brisa - responde com um semblante sério de quem mente por necessidade.

Wednesday, January 8, 2014

O Millôr

Aproveitando a deixa de publicar textos alheios, seguem dez trechos do livro Poemas, do Millôr Fernandes - um excelente presente de amigo secreto do final de 2013.

"Eu não quero viver num mundo em que não possa fazer uma piada de mau gosto."
Conselho à Moda da Casa

Madama,
Não infunda
Uma minissaia
Numa maxibunda.


Inverso I (da série: "Brasil, condenado à esperança")

Brasil,
país do futuro,
me ensinaram em criança.
E agora eu ensino:
Quem espera nunca alcança


Poeminha sem objetivo

Me elogia, vai!
Escreve um troço, aí!
Não dói não; faz de conta
Que eu morri.


Poeminha sobre Diferenças Sexuais Fundamentais

Eu não acho torto
Busto de homem morto
Mas de mulher
Sou positivo:
Só muito vivo


Coragem É Isso, Bicho!

Eu sofro de mimfobia
Tenho medo de mim mesmo
Mas me enfrento todo dia.


Poemeu com Maldição 1/2 Bíblica

Não durmam nunca
Os que legislam mal,
Fique cego e surdo
Quem prende inocente,
Bexiguento e gago
Os que baixam o pau,
Amaldiçoados
Os que roubam a gente.


Poemeu Efemérico

Viva o Brasil
Onde o ano inteiro
É primeiro de abril


E Interessa?

Será que o doutor
Cobra pela cura
Ou cobra pela dor?

Equinos do Mundo! Poeminha Situacionista

Cavalos, burros, asnos,
Zebras, muares, potros;
Amai-vos uns aos outros.


Poemeu do Idealista Realizado

Há os que têm desejo
E não têm mulher
Há os que têm mulher
E não têm desejo
Eu tenho mulher
E desejo
E, o que é melhor,
Tenho a mulher que desejo.

Saturday, January 4, 2014

Post do John Galt - Oportunidade para quem?


Compartilho aqui um post do John Galt, pseudônimo dum conhecido de Twitter e Blogger que desapareceu de ambos os sites nesta semana. Felizmente eu havia salvo dois posts dele numa lista de textos e resolvi compartilhar um deles. O post fala sobre oportunidades e, mais importante ainda, sobre como tratá-las.

Oportunidade para quem?

Tenho pensado bastante ultimamente sobre a idéia de “oportunidade”, e uma interação no Twitter hoje me levou a escrever sobre o assunto. Algumas pessoas da direta tentam defender o capitalismo argumentando que ele promove a “igualdade de oportunidades”. Esse argumento é péssimo. Explico.

Certos esquerdistas afirmam que, embora exista um abismo entre os "progressistas" e os conservadores sobre a questão da desigualdade de renda, é opinião unânime que não existe igualdade de oportunidades suficiente. Chegam aos píncaros de dizer (como já vi no Twitter tempos atrás): “Difícil entender como alguém pode discordar da vontade de igualar as oportunidades para todos”.

ORA, PORRA! Uma coisa é certa: a idéia de “igualdade de oportunidades” foi aceita por todos, desde Arthur Brooks até Milton Friedman.

Como é soez, serei voz discordante. Pensem como as coisas seriam se essa idéia fosse levada a sério:

  • Eu tenho as mesmas oportunidades que os filhos do Steve Jobs? Negativo. Pela premissa esquerdista, o governo tem a obrigação de tomar deles uma parte de sua herança e dá-la a mim.
  • Eu tenho as mesmas oportunidades que as filhas do Barack Obama? Negativo. Pela mesma premissa, o governo tem a obrigação de me proporcionar a mesma rede de relações que elas têm e terão.
  • Os filhos de uma parelha de imbecis têm as mesmas oportunidades que os filhos de um casal de gênios? Mais uma vez, negativo! Então, o que o governo deveria fazer? Não há como fazer com que uma criança fique mais inteligente por decreto. Exigiria o princípio da “igualdade de oportunidades” que ela roubasse o cérebro da criança inteligente? 
A “igualdade de oportunidades” é incompatível com a liberdade. A rigor, na prática, não há diferença entre a tentativa igualitarista de igualar os resultados e a tentativa de igualar as oportunidades. O que uma pessoa consegue na vida é a oportunidade de outra. O sucesso do pai é a oportunidade do seu filho. O sucesso de um empresário é a oportunidade de um futuro contratado. A única maneira de tentar igualar as oportunidades é igualar os resultados.

A triste ironia de tudo isso é que oportunidade decorre diretamente da liberdade. Quando um país é livre, todos têm a oportunidade de conquistar o sucesso. Embora algumas pessoas inevitavelmente enfrentem dificuldades maiores do que outras, ninguém pode impedir outra pessoa de conquistar o sucesso.

Quanto mais se promove a "igualdade de oportunidades", menos oportunidades cada um terá.

Mas tudo isso deixa uma questão sem resposta: o que é "oportunidade"?

Oportunidade se define como uma série de circunstâncias que possibilita que algo seja feito. Dou um exemplo: se um treinador ou professor de tênis estiver assistindo a um jogo meu e achar que tenho potencial para ser treinado e me tornar profissional (digamos que isso fosse possível na minha idade já avançada), isso será uma oportunidade. Entrar em uma determinada escola pode criar a oportunidade de estudar com um excelente professor. Herdar um milhão de reais pode ser a oportunidade de investir numa nova empresa.

Mas vejam só que interessante: a pessoa precisa ter uma determinada índole para aproveitar essas oportunidades. É necessário que a pessoa adote as habilidades, as práticas e os hábitos que conduzem ao sucesso numa determinada área da vida.

O treinador de tênis não faria nenhum bem para mim porque eu não estou em forma (minto: estou em forma... de quibe do Habib's). E mesmo que eu estivesse em forma, o resultado seria pífio porque eu não passei anos treinando tênis a sério (embora jogue todo fim de semana). Estudar na melhor escola do país não adiantará nada para um aluno relapso, primeiramente porque provavelmente ele não consiga a vaga e, mesmo que consiga por milagre, ele não terá como aproveitar ao máximo o que os bons professores ensinam se não se esforçar para melhorar como aluno. Andem pelos colégios de elite deste país e entenderão o que estou dizendo. Finalmente, nem mesmo herdar um milhão de dinheiros fará bem algum para uma pessoa que não consegue gastar 10 reais de maneira responsável.

Gosto de pensar no Bill Gates. Há quem diga que a maior parte do sucesso dele se deveu à sorte, por exemplo, à sorte de ter freqüentado uma das poucas escolas do seu tempo com computadores à disposição dos alunos. Mas o Bill Gates não era o único aluno dessa escola. A oportunidade só teve valor para ele porque ele escolheu, dia após dia, dedicar seu tempo a aprender a usar o computador, em vez de ficar largado na frente da televisão ou indo a baladas.

Certa vez, o Steve Jobs comentou que o sucesso da Microsoft se devia ao fato de Bill Gates ser um oportunista (cito de memória, não me lembro das palavras exatas). A questão é que o Steve Jobs usou o termo "oportunista" como elogio.

O Bill Gates enxergou um "conjunto de oportunidades" que “possibilitou fazer algo” e, então, agiu de acordo com essa avaliação. Outras pessoas foram expostas ao mesmo conjunto de circunstâncias e não viram uma oportunidade e/ou não fizeram nada com ela.

Uma oportunidade só tem valor para quem se prepara para tirar vantagem dela. Além disso, esse tipo de pessoa cria muitas das oportunidades que encontra na vida, quando não a maior parte delas.

Quem leu o livro Atlas Shrugged (A Revolta de Atlas) entenderá: não importa quantas oportunidades caiam no colo de um James Taggart: ele não vai conseguir aproveitá-las. Já uma Dagny Taggart transformará em oportunidade praticamente qualquer circunstância que encontrar.

Não, amável leitor, você não é responsável por todas as oportunidades da sua vida. E, é claro, algumas circunstâncias externas podem ser favoráveis e outras, desfavoráveis. Mas quem diz que é necessário redistribuir a riqueza para criar oportunidades está redondamente enganado. Num país verdadeiramente livre, o que essencialmente importa não é quantas oportunidades são dadas a uma pessoa, e sim se essa pessoa escolhe se tornar o tipo de pessoa capaz de aproveitar e criar as oportunidades.

Por outro lado, não faz sentido dizer que todos devem ter as mesmas oportunidades. "Oportunidade" é um conceito relativo, ou seja, é uma relação entre os objetivos da pessoa e uma circunstância que pode ou não ocorrer. Além disso:
  • nem todos têm os mesmos objetivos 
  • nem todos têm o mesmo conhecimento para reconhecer as oportunidades 
  • adquirir conhecimento é um ato voluntário 
  • o indivíduo só se preocupará em se destacar numa área de que goste muito, e nem todos gostam das mesmas coisas 
A idéia de igualar as oportunidades exige uma visão integral/sobrenatural/ditatorial da sociedade e das pessoas. É exatamente isso o que os esquerdistas pretendem quando falam em (re)distribuir isto ou aquilo.

Outro aspecto raramente abordado da "oportunidade" é que, para aproveitar uma oportunidade, é necessário reconhecer o "conjunto de circunstâncias" como algo que se possa aproveitar. É fácil ser "engenheiro de obras feitas" depois que algum gênio aproveita essas circunstâncias.

Para concluir, quero que vocês entendam que a grande virtude do capitalismo não é proporcionar “oportunidades iguais” às pessoas (seja lá o que isso signifique), e sim criar o melhor ambiente possível para aproveitar as oportunidades (quero dizer, para quem fizer a opção por aproveitá-las).

Wednesday, January 1, 2014

2013 (caracteres)


Enfim chegou 2014. Apesar de 2013 ter sido tão conturbado, meu ano foi uma calmaria bem diferente de toda a agitação ocorrida por todo o Brasil. Tenho muito pouco para contar em minha retrospectiva. Exatos dois mil e treze caracteres, para ser preciso.

Meu ano começou numa rápida visita a Piracicaba. Trabalhei até as últimas horas de ‘12 e só consegui chegar à cidade pouco depois das 23 horas, quando já ouvia os primeiros fogos comemorativos. Poucos dias depois fui ao Rio de Janeiro só para descansar - sim, há esta opção lá. Agradeço novamente ao lelesk Antônio pela hospedagem.

Agora uso fast forward para dar aquela omitida conveniente nos detalhes: após uma combinação de erros, turbulência e precipitação, doeu, mas foi necessário encerrar um relacionamento em março. Eu precisava de um bom tempo para mim e não disse isto como uma desculpa padronizada, como foi comprovado no restante do ano. Logo em seguida, em abril, visitei minha irmã e conheci Nova Iorque.

Maio foi, sem dúvida, o mês dos momentos mais significativos: voltei a frequentar a Igreja Católica e duas semanas depois o amigo Charlinho nos deixou. Minha reação a este evento foi adotar a introspecção, a reflexão e a busca por respostas a esta perda. A escolha por suspender minha conta do Facebook no começo de junho foi uma das formas de me desligar de distrações a esta busca.
Nossa Senhroa do Carmelo

Ainda no sexto mês houve as manifestações pelo Brasil e decidi não ser cúmplice desta patacoada. Escrevi dois posts a respeito: O Beemote Brasileiro e Caravana da Catarse. Esta discordância, aliás, faz parte da principal marca de meu 2013: a identificação e a consolidação de minhas convicções. O preço foram discussões e amizades perdidas para ter certeza de que eu nunca fui um libertário, ou seja, reconheci ser mesmo um conservador.

Ô!
As mudanças mais visíveis vêm da IBM com (surpreendentes) promoção e troca de time. Deixo Brasil e integro uma equipe mexicana*. Após dois meses cansativos e blog estagnado vai ser um alívio voltar a ter apenas “um emprego”.

* Só vou mudar minha área de atividade, mas continuo no Brasil e morando em Campinas. Maldita ideia de usar um número limitado de caracteres!

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