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Tuesday, December 28, 2010

Fim de ano chegando, época de retrospectivas mais longas e mais abrangentes - mas não farei nada muito sofisticado. Pensei em fazer um post analisando o governo Lula, mas confesso que deu preguiça, então farei algo bem simples e breve. Destaco como pontos positivos a forma como a crise econômica foi contornada apenas manejando a abusiva carga tributária brasileira. Além disso, o governo atual ajudou a levar renda aos esquecidos.

No entanto, a lista de pontos negativos é avassaladora: a escolha de relacionamentos com países como Irã e Venezuela, a conivência com nomes fortes do partido envolvidos em escândalos de corrupção e a incapacidade de fazer algo pelo ensino básico foram eclipsados pelo marketing, esse sim executado com maestria desde as eleições de 2002. Obras do PAC são abandonadas e semi-analfabetos chegam a universidades precárias, mas esses são detalhes que não precisam manchar "grandes feitos" do governo de Luís Inácio.

Enfim, seguindo em frente com o último post do ano, um balanço do que foi 2010 para este que vos rabisca: passei a morar sozinho e amadureci muito com a experiência. Ter que correr atrás de gente para trabalhar no apartamento, cuidar das contas e garantir meu sustento ajudaram a aumentar meu senso de responsabilidade. Claro, eu sou todo comedido e nunca fui de sair jogando dinheiro pela janela, mas eliminei alguns gastos supérfluos.
"QUANTO gasto em jogos de PS2?? Mas é pirata mesmo??"
Se tive que fazer essa mudança, a vida profissional não mudou muito: voltei à IBM para minha terceira encarnação em junho e apesar de todos os tropeços, finalmente as ferramentas estão começando a funcionar por aqui. Tenho me enturmado com o pessoal também, apesar de minha dificuldade natural para lidar com grupos maiores.

No âmbito de relacionamentos, minha vida de perdição, luxúria, ninfetas e vinho Chapinha felizmente foi interrompida pela Lucila, minha amada namorada e vizinha de porta. Ela ter o mesmo nome de minha irmã foi um excelente primeiro passo (quem aí conhece alguma Lucila? E duas??), mas a cada encontro no corredor/elevador notei mais e mais que ela é uma mulher inteligente, de personalidade forte, independente, afetuosa e de bondade ímpar. Começamos a sair em abril, o namoro oficial nasceu em 16 de maio e continuamos firmes e fortes vencendo os obstáculos com golpes violentíssimos.

De resto, não sei se há algo muito relevante. Mudei de academia, comprei uma bicicleta mas não pedalo tanto quanto deveria, consegui que arrumassem a infiltração do banheiro... comentei alguns eventos esportivos do ano mas, como o blog não tem esse como seu principal assunto, deixei vários outros passarem em branco (por falta de interesse, paciência ou tempo para comentar o falido centenário corinthiano, o vexame do Inter contra o Mazembe ou a polêmica entregada da seleção brasileira de vôlei). Deve ter mais que está de fora, mas retrospectiva é assim mesmo.

Ficam aqui meus votos para que os leitores tenham um ótimo 2011 e que o ano não sirva apenas como aquecimento para o apocalíptico ano de 2012. Deixo também meus parabéns ao sempre esquecido Guilherme Pilotti, que faz aniversário exatamente no primeiro dia do ano.

Sunday, December 19, 2010

Solo

De vez em quando ouço um trompetista tocando algumas músicas em algum lugar nas redondezas. Não sei se ele toca de seu quarto, se da rua, nem de onde vem o som. Os muitos prédios permitem que o som se propague, mas não que eu veja o músico. De qualquer forma, já não consigo achar as melodias - e, principalmente, as "apresentações" - tão interessantes quanto no começo da minha moradia aqui. Hoje me pergunto se aquela pessoa toca para espalhar alegria, se faz isso apenas para se agradar ou se é para que alguém no mundo ainda lembre que ela ainda está viva.

Saturday, December 18, 2010

A César o que é de César

Por algum tempo reclamei sobre uma nova ferramenta de trabalho que teria que utilizar, uma automação implantada em setembro que deveria ajudar na execução de meu trabalho mas que, na prática, apenas tornava tudo mais lento, burocrático e estressante. Primeiro resmunguei acintosamente, depois xinguei muito no Twitter, só então fiz comentários sobre o funcionamento da ferramenta - que, em momentos críticos, nem era utilizada pois eu dava preferência a fazer tudo manualmente.

Mesmo com uma ou outra alteração, as melhorias eram insignificantes, até o meio desta semana. A reviravolta foi a revelação de um detalhe omitido/"esquecido" até agora: muitas das planilhas processadas recebiam erros pois as datas contidas nelas estava em formatos inválidos. Em vez de quatro caracteres para o ano, apenas dois deveriam ser usados, ou seja, "10" no lugar de "2010". Esse detalhe, essa minúscula novidade transformou um elefante branco num dínamo da instalação, num fenômeno da agilidade, no filho do vento digital.... sim, exagerei, mas agora falo sério: assim como reclamei no começo, agora comemoro esse advento que deve salvar meu fim de ano.

Questionário de Proust

Motivado um pouco pela insônia, um pouco pelo tédio, um tanto pelo vinho barato que bebi agora a pouco e muito pela postagem do colorado Guilherme Pilotti, resolvi responder o Questionário de Proust. Tentarei ser breve e objetivo pois o questionário é longo. Além disso, prometo não voltar atrás após responder uma pergunta. Toco y me voy!
 
1. Qual é sua maior qualidade?
Paciência, mas isso pode se tornar um defeito.

2. E seu maior defeito?
Minha passividade.

3. A coisa mais importante em um homem?
Manter seus valores através de provações.

4. E em uma mulher?
Mesmo se caminhar em direção à independência, que mantenha sua ternura.

5. O que você mais aprecia nos seus amigos?
Lealdade, apesar de que acabo sempre me aproximando dos "marginalizados", então a solidariedade dentro do grupo se torna quase obrigatória.

6. Sua atividade favorita é...
Escrever a esmo.

7. Qual é sua idéia de felicidade?
Aceitação.

8. E o que seria a maior das tragédias?
Pessoalmente, eu me conformar.

9. Quem você gostaria de ser, se não fosse você mesmo?
O Charlie Brown - pelo menos ele sintetiza algumas coisas que não consigo definir.

10.E onde gostaria de viver?
No passado.

11.Qual sua cor favorita?
Azul.

12.Sua flor?
 Begônia, sempre achei esse nome engraçado.

13.Um pássaro?
A andorinha.

14.Seus autores preferidos?
Aldous Huxley, Cervantes, Millôr Fernandes, o cartunista André Dahmer, Joe Sacco.

15.E os poetas de que mais gosta?
Leio pouca poesia, mas John Milton e Vinícius de Moraes.

16.Quem são seus heróis de ficção?
A ficção que mais admiro hoje é a da minha realidade: Peter Gibbons.

17.E as heroínas?
Minha mãe, minha irmã, minha namorada.De famosas não lembro nenhuma de bate-pronto.

18.Seu compositor favorito é...
Roger Waters.

19.E os artistas que você mais curte?
Acho que a maioria já parou ou morreu, exceto meu pai (que está para aposentar).

20.Quem são suas heroínas na vida real?
Puts, respondi ali em cima.

21.E quem são seus heróis?
Meu pai e uns vagabundos profissionais da FAECV. Vejo esses caras que se viram sei lá como e penso "será que preciso ser tão cuidadoso assim com minha grana?".

22.Qual é sua palavra favorita?

"Genial". Tanto que banalizei a palavra.

23.O que você mais detesta?
Nossa incapacidade de tomar as rédeas de nossas vidas.

24.Quais são os personagens históricos que você mais despreza?
Josef Stalin e Getúlio Vargas.

25.Quais os dons da Natureza que você gostaria de possuir?
Nenhum, passei dessa fase.

26.Como você gostaria de morrer?
De maneira indolor, seja dormindo ou atropelado por um trem.

27.Agora, já, como você está se sentindo?
Estou ouvindo Supertramp (Dreamer) e isso está me deixando de bom humor, mas acho que bebi um pouco além da conta, então já prevejo que falarei com o Hugo daqui poucas horas.

28.Que defeito é mais fácil perdoar?
A ignorância, mas isso também não é defeito (prefiro acreditar que funciona assim).

29.Qual é o lema da sua vida?
Não tenho uma frase inspiradora nem alguma citação de algum ilustre para colocar aqui... tento viver de uma forma que valorizo mais o ser do que o ter/parecer, acredito também que o respeito ao próximo é o valor mais importante que precisamos seguir - e, claro, é o mais negligenciado. Sim, sou idealista (queria entrar na Polícia Civil para tentar servir à sociedade hahaha), mas acho que isso também é fase.

Bom, agora que respondi minhas perguntas, publico o texto e vou ler as respostas do Guilherme - citado no começo do post.

Sunday, December 12, 2010

O futuro chegou

Geralmente o período de fim de temporada é recheado de especulações no futebol: reforços e "reforços" chegam aos clubes, contratos de patrocínio são anunciados, dirigentes aproveitam promessas eternas para abafar crises e por aí vai. No entanto, duas notícias mais alarmantes pipocaram nos corredores do estádio Moisés Lucarelli após a Série B de 2010: a possibilidade de venda do terreno do Majestoso, tradicional palco construído pela própria torcida há décadas e a possibilidade de Eduardo Uram, empresário, se tornar um nome forte na construção do elenco.

Primeiro a "cancha": a construção duma arena já não é novidade e é discutida desde que se começou a falar em Copa do Mundo no Brasil. No entanto, a torcida foi surpreendida pois a construção, usada algumas vezes para desviar o foco dos fracassos do clube nas temporadas passadas, tornou-se iminente com anúncio do acordo - tratado silenciosamente e só tornado público em pleno andamento.

A construtora Gafisa, principal interessada na compra, teria que esperar até o novo local de jogos ser erguido para ter a posse do terreno. Aí, é claro, entra a parte assustadora: o risco de demolição para que condomínios residenciais tomem o lugar do lar da Ponte Preta, local batizado em homenagem a um ex-presidente (este, tão humilde que precisou ser "traído" enquanto viajava pelo exterior pois não aceitava a honraria).

Highbury, antigo estádio do Arsenal, em seus últimos suspiros
Dentro das quatro linhas, o boato que surgiu foi o contato com Eduardo Uram, empresário de jogadores que já serviu ao Flamengo e atualmente é o principal "fornecedor" do Figueirense - clube que alcançou neste ano o acesso à Série A. Detentor de bons nomes - AQUI - e a credencial de ajudar um clube de médio porte a chegar à elite do futebol tornam a possibilidade de acordo algo tentador, porém não consigo evitar ressalvas e pensar na hora em que o pacto não for mais interessante para Uram. Todo o seu grupo de "uranianos" poderia sair numa debandada, deixando a Macaca esfacelada e com um elenco em frangalhos.

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A Ponte Preta, clube centenário, mostra que já não é mais um bastião de resistência do tradicionalismo no futebol paulista. A impressão é que o clube parou em frente a uma bifurcação: pode escolher o rumo da resistência e do apego a seus valores, seu estádio e sua integridade. No entanto, faltam dirigentes competentes para manter um nível competitivo desta forma. Considerando como o clube cai de rendimento ano após ano, é mais fácil Carnielli transformar a Nega Veia num XV de Piracicaba do que botar ordem na casa.

Resta então a opção da modernização, da adequação aos rumos que o futebol mundial tomou. No entanto, mãos inaptas que poderiam fazer muito mais pela Ponte Preta correm sério risco de transformar o clube num Barueri ou num São Caetano da vida, com dois ou três anos de sucesso servindo de prenúncio a vários anos de catástrofe. Pior: o desespero da torcida é tão grande que os dois eventos que citei acima são acatados e até aguardados com uma certa ansiedade por parte dos torcedores (muitos relutam quanto ao estádio, mas a entrada de empresários e seus jogadores é de aceitação quase unânime).

A falta dum título de expressão, a formação de elencos apáticos e os últimos anos passados na Série B desanimaram o torcedor. A média de público, antes respeitável, caiu a níveis ridículos e a torcida se limitou a ter "os três mil de sempre". Essa má fase, criada após anos de incompetência e erros, pode transformar um antigo celeiro de revelações em um mero balcão de venda de jogadores. 

Claro que essas mudanças podem trazer bons frutos, principalmente a formação dum time de aluguel, mas agora é necessário um ato desesperado para compensar os erros cometidos outrora. Torço apenas para que quem apoia tudo isto - imprensa, dirigentes e torcedores - tenham decência de assumirem sua postura daqui uns anos, caso um elenco mirrado tenha que lutar para fugir do rebaixamento enquanto bugrinos vivem sobre as ruínas do Moisés Lucarelli.

Saturday, December 11, 2010

Weekend Update

Semana corrida, consegui um dia de folga na quarta-feira e passei o feriado campineiro em Sampa, um pouco de tudo:

- Domingo com o Fluminense campeão brasileiro novamente após mais de vinte anos sem tocar essa taça. Parabéns ao clube, à Unimed, que colhe o fruto de tantos anos de investimento e principalmente ao Muricy, treinador que continua "o cara dos pontos corridos". Apesar de não ser genial, sabe contratar bem e produz times eficientes, mesmo que raramente agradáveis de se assistir. Falta-lhe algo nos campeonatos de mata-mata, mas não sei bem dizer se seus elencos ficam com muita cara de pontos corridos - jogadores versáteis e "operários" que não conseguem desequilibrar uma decisão - ou se falta aquela preleção carregada de emoção para incendiar o time no vestiário. De qualquer forma, admiro o estilo turrão do treinador e acredito que ele vai se firmar como um dos grandes comandantes do futebol brasileiro.

- O caso WikiLeaks ainda repercute e deve continuar nas manchetes por algum tempo tanto pelo teor das informações vazadas quanto pelo ineditismo do episódio. O acesso às informações confidenciais de embaixadas, o alcance que elas atingiram, a repercussão imediata na imprensa ao redor do globo e a onda de solidariedade a Assange - com ataques virtuais ao banco que congelou as contas bancárias do idealizador do WL - mostram como a Internet tornou-se uma arma perigosíssima.

Além disso, o "mundo livre ocidental" teve sua fachada demolida nessa semana com a prisão de Julian Assange e a coincidente entrega do Prêmio Nobel da Paz ao também enclausurado Liu Xiaobo, chinês que pede reformas políticas, direitos à população e eleições multipartidárias em seu país. Liberdade é muito boa, desde que dentro das regras do jogo.

Julian Assange
- Viagem a São Paulo: saída, passagem por uma loja da Adidas e uma de enfeites do Sul da Ásia (Bali Thai), almoço no Mercado Municipal e não encarei o tradicional sanduíche de mortadela. Na boa, não tenho mais gula e nem desprezo meu fígado o suficiente para comer um lanche assim. O pastel, não tão saudável e do tamanho da minha fome, foi o almoço do dia. Seguimos com um giro pelas barracas, uma delas muito interessante: o dono serve saladas de frutas, morangos com leite condensado, pacotes de melancia cortada e fatias de abacaxi (mais ou menos do tamanho dum pastel de feira). Excelente ideia, só encontrada por aqui nos arredores da Lagoa do Taquaral, um ponto de prática de esportes.

Após o Mercado, visita com a namorada e a cunhada ao sogro em seu apartamento. De lá fomos a um restaurante japonês cujo nome me fugiu e pegamos o ônibus das 22:30 para voltar a Campinas, com chegada já na quinta-feira. Tive tempo de ver apenas a prorrogação e os pênaltis da decisão da Copa Sul-Americana em que o "raçudo" Goiás tentou, mas não conseguiu passar por cima do gigante adormecido Independiente. Por enquanto fico devendo fotos, já que minha namorada (que está fora da cidade no fim de semana) foi a fotógrafa do passeio.

Saturday, December 4, 2010

Papai Noel, velho batuta

Dezembro já chegou, trazendo consigo mais um fechamento de quartil, calor infernal, comércio efervescente e as festas de fim de ano. Devido à incompatibilidade de agendas, não poderei acompanhar minha namorada em suas viagens (ela tem recesso e, em janeiro, tira um mês de férias). Além disso, não sei o que me aguarda nos últimos dias de 2010 e a possibilidade de trabalhar durante a chegada de 2011 - mesmo que de casa - é grande. Não é o que as pessoas desejam para si, mas terei que dizer um conformista "pelo menos foi melhor do que o reveillon passado, já que agora estou empregado".

Para não dizer que só resmungo, vou falar das coisas boas: está chegando o Festivus Natal e a maratona de compras que o acompanha. Comprei um presente para minha irmã, uma "lembrancinha" para minha namorada (que faz aniversário no dia 26), comecei a ver algo para meu pai e não reencontrei o DVD que planejava dar para minha sogra - o religioso Irmão Sol, Irmã Lua. Felizmente hoje existe a Internet e devo me adiantar para não depender da 13 de Maio lotada de novo.

Dá para piorar muito
De resto, poucas novidades. Venho trabalhando bastante e por isso o blog anda um pouco negligenciado - deve continuar assim até o começo de janeiro. O futebol de Campinas continua patético, mas o fundo do poço parece nunca chegar: a Ponte Preta anunciou a possível venda do terreno do Estádio Moisés Lucarelli, do outro lado da Av. Ayrton Senna o Guarani já caiu e disputará dois campeonatos de segunda divisão em seu centenário. Enfim, a única constante no futel da cidade é a decadência.

P.s.: esqueci de comentar que quarta-feira é feriado em Campinas graças à santa padroeira da cidade e ao aniversário que, apesar de ser oficialmente em 14 de julho, é comemorado nessa data - deve ser por causa do feriado da Revolução de 32. Como sigo o calendário de feriados americanos no trabalho e ele é bem mais "magro" que nossas inúmeras celebrações, acabo recebendo uns dias de folga no ano para compensar a diferença no número de feriados - e vou conseguir usar um dos meus dias bem no feriado campineiro.
O plano inicial era dar um pulo no Museu do Futebol do Pacaembu, mas como meu sogro deve passar por uma breve intervenção cirúrgica para tratar o coração, ainda iremos à "capitar", mas ainda vamos traçar direito os planos da viagem. De qualquer forma, pelo menos o sanduíche de mortadela do mercado municipal já está garantido.

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