Entendo pouco de marketing, mas fica evidente que esta estratégia (desonesta) serve apenas para motivar o torcedor a consumir mais deste produto que se deteriora lentamente, o futebol brasileiro. Enquanto medalhões voltam para enganar torcidas e extorquir clubes, a nata dos gramados migra para a Europa num fênomeno que já merece um documentário como os que mostram a savana africana - "Jogador brasileiro: Rotas do verão europeu", que tal? Tirando um ou outro caso de jovem que continua por aqui - caso do meu desafeto Neymar, que apesar de tudo é um bom jogador e, por enquanto, Paulo Henrique Ganso -, mas estamos comemos as migalhas que caem das mesas italianas, inglesas, alemãs, espanholas, portuguesas e até do Oriente Médio.
Resta, assim, empurrar mortadela para o espectador e faze-lo crer que saboreia um tenro filé. Como diz o hino do América carioca, "Campeõs... fabricamos aos montes, aos dez", às centenas e ininterruptamente. Ou, no caso da ESPN Brasil, é possível ser feliz com uma tigela vazia - desde que o "vira-lata" brasileiro consiga olhar para as mesas dos estrangeiros e se imaginar como um dos participantes do banquete: desde que criaram o termo "fã do esporte", o público não está mais preso pelas correntes de torcida por um clube, nacionalidade ou distância física. Porém, para a vasta maioria sem senso crítico para refletir sobre o que ouve durante uma transmissão de jogo, qualquer jogador que acerte três dribles numa partida merece uma vaga na Seleção e vira um novo Garrincha.
Kerlon, vulgo Canhoteiro |
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