Aparentemente, todo o prédio está de férias. Senhoras, estudantes, a síndica, os eternos hóspedes como o menino Enzo, até as vizinhas do andar de cima que me acordaram tantas vezes com seus saltos e tamancos. Todos parecem ter evaporado com a chegada de 2011, exceto os porteiros e alguns moradores do meu andar. "Alguns" pois até minha cara metade, minha amada, minha namorada Lucila partiu em viagem para a praia com seu pai e sua irmã enquanto fico abandonado em Campinas. Qualquer semelhança com o episódio de Chaves em Acapulco é visível e significativa, apesar de que meu abandono foi muito pior - o menino do barril não namorava a Chiquinha.
Ok, agora sério e sem mimimi, é estranho ver como o edifício vira um recipiente vazio com a saída de pouco mais de dez estudantes. Conheço apenas um ou outro, sei o nome de três ou quatro, mas não há mais movimentação e mal ouço o elevador de manhã. No máximo sou parado pelo mesmo velho amigo que sempre tem alguma nova cilada para se meter - e claro, me contar. Já havia sido alertado pela antiga faxineira de que ele era um falastrão e um contador de histórias... mas se ele inventa "causos" interessantes, por que não ouvi-lo?
Ele recebe convidados, mas também conta as piadas |
Mais: o homem mora sozinho, passa a maior parte do dia debatendo política com um dos porteiros e parece ter perdido contato com sua ex-esposa e seus filhos. Já aposentado, tem pouco mais a fazer na vida do que atacar o PT, tentar resgatar a honra do combalido PSDB e principalmente passar tardes contando seus feitos (reais?) a quem se dispõe a ficar alguns minutos em sua companhia. Ironicamente, quando os jovens voltam de férias é que o nosso homem descansa.
Desalmada essa namorada....
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