Dia desses, minha namorada conversava com sua irmã e houve um comentário sobre eu ter uma tatuagem da bandeira de São Paulo no meu ombro direito. Apesar de perguntar o PORQUE dessa arte corporal, minha cunhada não conseguiu uma resposta e, por isso, decidi escrever esse post. É uma forma de evitar equívocos também, inclusive por já ter sido confundido com careca, skinhead, neo-nazista e afins - parece que ninguém pode ficar calvo e raspar a cabeça em paz.
Enfim, sobre a "tattoo": ela foi feita em Campinas pelo Xandó em três sessões. A primeira com os contornos, a segunda com preenchimento e a última com retoque do preenchimento e detalhes. Graças à minha indisponibilidade de horário, demorei alguns meses para completa-la (acho que do final de 2007 ao meio de 2008), mas ela ficou muito acima do esperado. Quando voltar a ser tatuado, creio que será com o mesmo tatuador que trabalhou no meu ombro. Como já falei da arte em si, agora vocês saberão os motivos que me levaram a escolher a bandeira.
A dita cuja
Desde muito novo fui criado no meio militar devido à carreira do meu pai na PM paulista. Vi desfiles, trocas de comando, formaturas de recrutas, inspeções... e acabei achando legal toda aquela "estética militar", se é que dá para usar esse termo. Também sempre gostei das cores nacionais, ficava com um nó na garganta no hino nacional, mas com o tempo fui vendo que algumas coisas pareciam muito distantes para mim. Quando chegava a época de Carnaval, sentia algo estranho: como que eu poderia não gostar de algo que o Brasil inteiro adora? E isso foi crescendo: não via graça no frevo, não entendia o que os gaúchos falavam, o café muito fraco era chamado de "café de mineiro".
Aos poucos fui vendo que gostava do país, mas só conseguia ver como uma nação o estado paulista. Não que eu odiasse o resto do Brasil, longe disso: acho que tem muita coisa legal espalhada por todos os lados, não alimento aquela rixa infantil com os cariocas e fiz inúmeros amigos em outros estados graças à Internet. Acontece que só me sinto em casa de verdade quando estou na terra das bandeiras - onde eu creio que não "pegou" a brasilidade forçada que Getúlio Vargas tentou criar. Lembro nitidamente de como fiquei sem jeito em 2005, quando a Seleção venceu a Copa das Confederações goleando a Argentina e se preparou para ir ao pódio imitando uma escola de samba e pensei: "Essa seleção não me representa".
Após algumas experiências em que notei ser mais apegado a esse pedacinho de terra do que ao conjunto todo, comecei a me interessar pela história, pelos símbolos e pela cultura – hoje acho que o “perfil” paulista vem exatamente desse caldeirão social e étnico. Como já era fã de tatuagem, acabei usando esse meio para homenagear meu orgulho. Acontece que, como esse regionalismo não é tão habitual por aqui (talvez seja mais no Rio Grande do Sul e em Pernambuco), é normal que a bandeira que carrego no braço cause certa estranheza.
Bom, é mais ou menos isso aí. Se entenderam, excelente. Se não, eu tentei.
Queria dizer que CURITIBA e consequentemente o PARANÁ são os melhores lugares do mundo para se viver.
ReplyDeleteAproveito a oportunidade para firmar que isto não é um convite, deixando claro que as terras Curitibanas já tem seus dono: os próprios Curitibanos.
HAHHAHAHAHAHAHAHAAA
Beijos preto!
Obs: quem poderia imaginar um afro-descendente sendo skin?! HAHAHAHAHA! JAMAAAAAAAAAAAAAAAAAIS
Vc pode ate querer que seu Estado seja melhor,kkkkkkkkkkkkk, porém São Paulo é quem carrega o Brasil nas costas.São paulo meu País ,meu orgulho.
DeleteVeio nao sei quem vc é mas achei muito lucido o que vc escreveu!
ReplyDeleteNo Brasil, nosso País, ter Orgulho e Honra, e sinonimos de Racismo e Nazismo!
vou tatuar a bandeira de São Paulo tambem
Tenho muita vontade de tatuar a bandeira de São Paulo, o meu verdadeiro país.
ReplyDeleteacho que interpretar a tatuagem de um lugar que vc ama como fascismo ou algo do tipo é muita sensibilidade com um tantinho assim de ignorância.
ReplyDeleteAmo SP porque foi onde eu nasci, o que não quer dizer que eu não ame outros lugares. E amei a sua tatoo, parabéns porque ficou muito bem feita!
Valeu, Ana! E é verdade, não sei pq fazem essa confusão, de que amor por um signifique ódio por outro - o sorvete de chocolate não é tão popular pq as pessoas odeiam o de flocos hehe
ReplyDeleteBom contradizendo a Amanda do primeiro comentário, os carecas (skinheads) surgiram no Reino Unido, mas foram fortemente influenciados pelos rude boys jamaicanos (negros)a subcultura skinhead era originalmente baseada em moda, música (ska, skinhead reggae e streetpunk/oi! (que originalmente são músicas jamaicanas) e estilo de vida, e não na política nem em questões raciais.
ReplyDeleteAcho que você fez a confusão que todos fazem SKINHEAD não é nazista.
Mas deixando isso de lado, tambem tenho uma tatto da bandeira, só que em um lugar que todos podem ver na batata da perna.. ela é linda... mas facilmente a confundem com facismo... dificil.
Simone, correto: através de alguns amigos fui descobrindo a cultura skinhead e vi que ela nasceu entre os negros, tem raízes na Jamaica... mas só um detalhe, eu fiz aquela lista no começo do post com grupos diferentes ("careca, skinhead, neo-nazista e afins") não pq eu ache que são parecidas, mas simplesmente pq já me incluíram nesses três grupos.
ReplyDeletesó para vc ter uma ideia, no último fim de semana fiquei sabendo duma funcionária da academia que frequento e de seu medo de mim. o pior do motivo foi ela dizer "ah, ele tem aquelas tatuagens, é careca e eu sou 'neguinha'". isso pq eu sempre a trato bem, cumprimento, até converso um pouco às vezes
Hauhauahua.. as pessoas são engraçadas, principalmente as que não conhecem as "culturas"... tenho uma tattoo da bandeira de São Paulo e para contradizer a mim mesma fui chamada de SP.. (punk).. o mais engraçado de tudo é que não posso amar a minha cidade sem ser confundida .. e até "discriminada".. a maioria das vezes quando vou ao centro tenho que esconde-la.. horrível isso..
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