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Wednesday, June 2, 2010

O futebol arte...

"Futebol arte, todo mundo sabe, é coisa de veado". Assim o gremista e jornalista Eduardo Bueno, vulgo Peninha, abre o livro sobre o seu time do coração. A frase também serviu de título para uma comunidade do Orkut, habitada por gremistas, colorados, atleticanos paranaenses e mineiros, são-paulinos, palmeirenses, corinthianos e flamenguistas. Há alguns torcedores avulsos de outros times: um torcedor do Goiás, uma coxa-branca (e um anti-CAP), um ou outro vascaíno e dois ponte-pretanos. Coincidência ou não, torcedores de equipes que prezam o futebol bailarino raramente foram vistos: santistas, botafoguenses, bugrinos, cruzeirenses e fluminenses.

O nome assusta um pouco e deve causar um equívoco em quem passa pela comunidade. Não que o pessoal seja contra jogadas de qualidade e que preze entradas violentas (isso, inclusive, já foi tema dum texto que saiu no meu blog e no site da FAECV), afinal ninguém gosta de ver futebol mal jogado. O que se espera é apenas seriedade e entrega dos jogadores, evitando dribles desnecessários e sem objetividade. Sobre os zagueiros, que sejam duros, até para intimidar o adversário - mas sempre de maneira leal.

"Com licença, mas creio que está com algo meu"

Acho que essa exigência de esforços coletivos não visa apenas os títulos. Se eles vierem, excelente, mas ninguém vai largar o time por causa de algum jejum de taças. Acredito que o principal desejo é que os atletas levem para dentro de campo toda a gana que vem das arquibancadas. Lembro da Copa do Mundo de 2006, com jogadores brasileiros indiferentes a mais uma eliminação para o selecionado francês, o "imperador" Adriano comprando um Porsche no dia seguinte do jogo como um mimo para seu ego ferido, Ronaldo e Cafu mais preocupados com recordes individuais... toda essa falta de comprometimento vai cansando o torcedor, que geralmente sofre muito mais com uma eliminação ou goleada do que o atleta - se este estiver com sua venda para o futebol europeu/oriental acertada, por que se preocupar?).

É graças a essa dedicação que alguns jogadores limitados tecnicamente conseguem a idolatria, algumas vezes duradoura, no coração da torcida, enquanto alguns "craques" são esquecidos. Citando apenas um exemplo recente, muitos gremistas desprezam o meia Ronaldinho Gaúcho (muito também por causa da forma como ele saiu do clube) e rejeitam seu possível retorno, enquanto o inconstante Tcheco teve alguns trapos em sua homenagem sendo exibidos no Olímpico.

Há outros traços de personalidade muito admirados pelos membros da FAECV: amor ao clube (a volta de Verón ao Estudiantes de la Plata para buscar a Libertadores arrebanhou fãs ao jogador argentino), liderança, coragem, hombridade, respeito ao adversário, poder de desequilibrar uma decisão... Não adianta nada brincar de dar chapéu e fazer gols driblando zagas semi-profissionais inteiras em jogos contra o Atlético de Tangamandápio para depois sumir de jogos decisivos.

Fazendo um social

Além de todas as horas de discussão de futebol, o pessoal também tem uma vida agitada fora do Orkut (tá, forcei com o agitada) com alguns encontros regionais. Porto Alegre, por ter a vasta maioria dos integrantes, já foi palco de muitos encontros, o principal deles sendo a vitória no futebol de salão sobre o time da comunidade Futebol Alternativo (épicos 6 x 5, com direito uma torcedora alentando e agitando um trapo). Inclusive quando estive por lá encontrei alguns foristas, mas não consegui falar com o Germano, que estava na cidade para ver Grêmio 2 x 1 Portuguesa, mas que não foi encontrado no dia anterior - aliás, a organização para encontros se mostrou um ponto fraco da trupe em nível nacional.

Curitiba também já teve algumas reuniões, a "capital mundial do Galo" Belo Horizonte já uniu alguns atleticanos e um palmeirense e a capital paulista teve um churrasco (com direito a um caipira e um caiçara) e uma pizzada da qual não pude participar. Não sei bem como era o "extra-campo" antes da criação da comunidade paralela FAECV Off-Topics para discussões de outros temas, mas creio que esse espaço alternativo permitiu que os laços de amizade do pessoal fossem se estreitando - em um certo ponto do começo desse ano, era mais fácil achar gente para tomar uma cerveja fora daqui do que em Campinas. Com a abertura da segunda comunidade, havia um espaço para discussão de música, relacionamentos, política, trabalho e os inevitáveis desabafos (desde intenções de suicídio a dias de glória).

Duppy, Gregory "RJ" Russo, Pietro, Nelson Estranho,
Felipe Rosenbaum e o convidado Ronaldo

Graças à comunidade, fiz bons amigos e já me diverti muito, fora todos que já encontrei pessoalmente em BH, POA, Curitiba e SP, além de ter hospedado um porto alegrense em Campinas - isso sem contar toda a bagagem cultural que tenho adquirido. Assim que voltar a trabalhar (sigo sendo enrolado pelo RH da IBM - FFFFFFUUUUUUUUUUUU), vou começar a arquitetar mais algum encontro paulista.

Ouvindo: Parliament - Starship Connection

2 comments:

  1. belo texto, mano

    LUGANO NELES!!!!

    e rosenbaum foi foda.. colocasse tenenbaum pelo menos.. hahahahah

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  2. Pois é, bem no dia que eu estava em Porto Alegre, falhou a comunicação.

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