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Thursday, June 24, 2010

Araras

Domingo passado, dia 20, estive em Araras (interior de São Paulo) com minha namorada para almoçarmos com sua mãe e assistir o jogo do Brasil. Chegamos até cedo e deu para dar uma olhada na cidade, notar que quase todo o comércio realmente fecha no fim de semana e que ela ainda é um agradável destino para esquecer o estresse de Campinas. Consegui ver a praça da igreja matriz, os colégios tradicionais, o fórum, o antigo bosque, a gigantesca fábrica da Nestlé... enfim, passei por um belo tour e ainda tive um belo almoço tudo em poucas horas.

Após um breve giro (realizado em duas partes) conheci a dona Marta, mulher muito simpática - em nenhum momento me senti um estranho em sua casa ou constrangido, de tão bem recebido que fui. Aliás, em só um momento fiquei sem reação: perto da hora de sair, quando ela me perguntou qual era meu prato favorito, pois ela está voltando a cozinhar. Apesar de ter sido alertado pela Lucila, confesso que não esperava esse tratamento tão cedo.

Depois de conhecer a anfitriã, fomos para o quintal para ver a Musa, atração da casa. Fui avisado que a cachorra fica meio assanhada com cheiro de homem, mas não que ela fique pulando em cima, implorando atenção... Hora que a porta foi aberta, ela veio com tudo cheirar o pé da dona. Um segundo depois, meu pé. Em alguns segundos, o osso que eu trazia em minhas mãos - e aí ninguém mais existia para ela. A simples visão do osso a fez entrar em desespero, ameaçando pular diversas vezes - e eu tentando abrir a sacola tendo um "pônei" se batendo nas minhas pernas. Fui até o corredor e finalmente consegui desembalar o presente, para alegria da amigona canina, que nem sabia o que fazer com aquele úmero sabor bacon. Depois de um minuto em que ela não sabia nem para onde ir (ficava indo e voltando com o osso na boca), deitou no chão e começou a roer - até com uma certa violência.

Conquistei um coração em Araras

Voltamos para a sala e minha sogra disse que Ítalo, seu filho, estava acordando de ressaca após uma festa de casamento em Jundiaí, mas que estava vindo almoçar conosco. Ele pediu para esperarmos por ele para comer, então fomos buscar comida num restaurante dum "parente", o tio Coser - pronuncia-se "cózer". Chegamos, fomos nos identificar no caixa e logo veio o primeiro (bem humorado) interrogatório: o dono do restaurante chegou, nos cumprimentou e começou a perguntar sobre minhas posses, onde moro, onde trabalho, quanto ganho... Depois de deixar bem claro que era tudo brincadeira, disse que era um prazer me conhecer e foi bem cordial. Assim como ele foi entrando na família por osmose, espero que eu possa ir fazendo amizade com o núcleo ararense da vida da minha praguinha.

Após concluir o tour, chegamos em casa com a comida e encontramos os escombros do Ítalo. De acordo com ele, a festa só acabou quando o sol começava a raiar no domingo e ele ainda teve que dirigir de São Paulo a Araras. Como todos já estavam de barriga roncando, fomos direto para a mesa e gostei muito da refeição, recomendo o restaurante dele a quem for até a cidade algum dia. Começamos a comer tarde, então terminamos e já fomos para a frente da tevê assistir o violento Brasil 3 x 1 Costa do Marfim. Com o fim da partida, meu cunhado voltou para a capital já que teria muito que fazer antes de voltar ao trabalho no dia seguinte.

Saímos duma casa para ir ao "café da vó". Não, não é um café, é um café da tarde que acontece aos domingos na casa da dona Diva. A casa estava quase vazia e só sete pessoas foram - geralmente são cerca de 30, com todos os tios, seus filhos e até os bisnetos da anfitriã. A senhorinha parece ser cozinheira de mão cheia também, fez uns doces excelentes, serviu uma mesa bem farta e ficamos todos uma hora jogando conversa fora, até irmos para a feirinha na praça da igreja matriz. Boa parte da família da minha namorada é espírita e envolvida com o Instituto de Difusão Espírita (IDE) de Araras e essa entidade preparou uma barraquinha que vendia caldo verde para reunir fundos - a venda também tinha Rotary, Escoteiros, igrejas... Compramos a excelente sopa de couve (eu todo lugar que fui, comi muito bem. Araras engorda!), mas a comemos em Campinas, pois já começava a ficar tarde.

Resumindo: foi um domingo diferente, gostei demais da família da Lu e fui muito bem tratado pelo pessoal. Como ela é muito apegada à família, estou feliz de saber que não terei que disputar cabo de guerra com o povo ararense - já que eu sei que perderia de maneira vergonhosa. Só fiquei devendo umas fotos, já que fiquei meio constrangido nessa primeira visita, mas sábado que vem tem mais um churrasco lá e aí postarei algumas imagens.

Ouvindo: Misfits

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