Fazia tempo que não escrevia nada sobre mim aqui no blog. Bom, fazia algum tempo que não escrevia nada, já que apenas publiquei textos que achei interessantes. Tomei então vergonha na cara para escrever sobre uma mudança ocorrida em meu trabalho: desde que voltei de férias, lá pelos idos do final de junho, tenho feito a mesma atividade que mantinha antes, porém agora atendo parceiros brasileiros. Ou seja, a atualização de inventário que eu fazia de dados de máquinas em território americano baseada em informações enviadas por parceiros de negócios daquele país só mudou de endereço, agora faço a mesma coisa com clientes e parceiros brasileiros.
Agora já está tudo mais familiar, tanto o processo e os sistemas quanto o aspecto do relacionamento, mas às vezes ainda estranho a forma calorosa dos brasileiros trabalharem. Quando digo calorosa, me refiro a emails que chegam com um "Fala, Luizão" ou um "Obrigada, beijo!" - o cúmulo foi um "obrigada, minha criancinha!!". Além disso, há aquele senso de urgência despertado pela proximidade do fim do expediente, com pedidos que são passados a mim às 17:55 - embora eu possa ver no histórico de correspondências que esse caso ficou parado durante toda a tarde na caixa de entrada do remetente. Mas essas são idiossincrasias das quais eu havia me esquecido, trabalhar com americanos que me deixou desacostumado. O maior choque, no entanto, são os feriados.
Se antes eu só podia folgar em poucas datas (Memorial Day, Dia da Independência, Dia do Trabalho, Dia de Ação de Graças, Natal e Ano Novo, que me lembre agora), o número de feriados brasileiros é muito superior. Já folguei no Corpus Christi e hoje não trabalhei devido ao feriado comemorativo da Revolução Constitucionalista de 1932. A diferença de ter feriados brasileiros é positiva pois me permite viajar, fazer planos e ter mais liberdade, porém perco os dias que eu tinha para resolver pendências pessoais, ir a médicos, fazer compras... enfim, era um dia livre quando a cidade estava viva. Agora folgo junto com o resto do estado ou do país e ganho um dia de ócio para não fazer muita coisa.
PMs com a farda dos soldados de 32 à esquerda |
Aproveitei então esta manhã para conhecer o monumento que homenageia campineiros mortos na revolução de 1932. Ao chegar ao Cemitério da Saudade encontrei gente com todo tipo de farda: escoteiros, guardas municipais, policiais militares, alguns soldados do Exército perdidos e alguns integrantes da PM com fardas semelhantes às vestidas durante a revolução - com direito a poses com armamentos antigas atrás duma barricada fake para fotos dos visitantes.
Começaram as solenidades e gostei muito da homenagem feita aos soldados tombados, com a chamada pelos seus nomes respondida com um "PRESENTE!" pelos soldades de farda bege. Depois houve execução do hino nacional e entregas de medalhas - começa aí o lado político, com homenagens para prefeito, vereadores e "aspones" ao som da Marcha do Expedicionário. Acho que esse foi o único ponto negativo: lembrar os oitenta anos da declaração de guerra dum estado contra o resto da União e ter que emprestar músicas "brasileiras". Quanto ao hino nacional, imagino que existam protocolos para seu uso - até jogo de futebol se abre com o hino, certamente que isso é regra para cerimônias militares também - porém usar a canção dos pracinhas na Segunda Guerra Mundial parece mais falta de acervo no repertório estadual do que realmente homenagem aos soldados paulistas que tenham cantado essas frases nas luta contra os fascistas italianos. Mesmo se fosse homenagem também, que não se misturem as ocasiões, deixe cada qual com seu cada qual.
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