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Saturday, June 8, 2013

Saindo da Matrix e d'A Real

Na escola aprendi que estuda-se História para que não se repitam os erros do passado. Apesar deste pressuposto parecer bobagem às vezes pois mudam as circunstâncias, alguns erros óbvios poderiam ser evitados pois não é com a aplicação repetitiva duma teoria equivocada que o resultado se tornará positivo. Com isto exposto, exponho meu erro com sinceros votos de que eles encontrem outros homens, perdidos hoje como estive outrora.

Por volta de 2008 encerrei um relacionamento de cerca de dois anos com minha primeira namorada. Usei a primeira pessoa, mas quem encerrou foi ela, por telefone, por ter conhecido outra pessoa. Hoje já não guardo rancor e soube que ela recentemente se casou com este mesmo rapaz. Até desejo felicidade e sucesso ao casal, mas na época praticamente implodi com este rompimento. Não havia apenas a forma da separação, mas também quem eu era neste momento: um cara inseguro, assustado, medroso e disposto a fazer qualquer coisa por aquela mulher - pois, julgava eu naqueles dias, seria a única na Terra disposta a ter um relacionamento comigo.

Ao vagar pelo Orkut (ainda era 2008) acompanhado pelo meu desespero encontrei então a comunidade Mulher Gosta é de Homem Babaca, na época um grande reduto de perfis falsos e parte dum círculo de fóruns e comunidades "masculinistas". Estes foristas uniram-se com a missão de acordar os "matrixianos", homens iludidos com ideais de romantismo e cavalheirismo. A ferramenta para esta conscientização seria "A Real" citada no título. Uma vez consciente ele poderia aspirar a ser livre, autossuficiente e senhor de suas próprias decisões - tudo isto pois se libertaria da submissão a seus impulsos amorosos ou carnais.

Exemplo aleatório. Muita coerência ao citar homens ricos com uma imagem do Seo Madruga
Teoricamente esta fábrica de guerreiros funciona muito bem, mas é muito fácil ir destas discussões à misoginia (ódio às mulheres) e ao discurso de incentivo à violência. Há até o caso mais famoso de Sílvio Koerich, um dia defensor das mulheres "Amélias" e, anos mais tarde, das mulheres espancadas (achei este link com uma explicação plausível para esta "transformação"). Além disso, havia mais membros destas e de outras comunidades dispostos a botar suas frustrações para fora do que rever seus pontos de vista, e daí surgiam discussões e lugares-comuns incoerentes e malformulados como incentivar que homens fossem cafajestes pois nenhuma mulher prestava mais (ou seja, como alguém se eleva fazendo exatamente aquilo considerado baixo?).

Apesar disso tudo, cabe citar uma frase de Winston Churchill, famoso por sua carreira política e também por sua sede incansável: "Eu tirei mais do álcool do que o álcool tirou de mim". Graças à criação muita próxima à minha irmã, à enorme influência que foi minha mãe e à convivência com amigas e colegas exemplares ao meu redor, não me descia ler aquela tempestade de ataques. Filtrei então o necessário, tanto o relativo às mulheres quanto o conteúdo sobre comportamento masculino e relevei o excesso. É ridículo aprender os primeiros passos sobre se valorizar, ter pulso, não ser tão dependente de aprovação alheia e tantas outras pedras deste caminho desta forma, mas infelizmente foi como aconteceu comigo. Mais tarde tive outros tropeços, ajustei estas teorias ao que via e me acontecia na prática. Hoje ainda carrego um pouco desta bagagem, mas ressalto: tudo isto é teórico. Assim como não se pode generalizar sobre as mulheres, uma teoria também não pode ser aplicada a todas.

Como faria He-Man, deixo meus conselhos não solicitados caso algum leitor de blogs deste círculo tenha chegado a este post por acaso: primeiramente, conviva mais com mulheres. Uma ressaca de Chapinha não serve de parâmetro para se odiar os vinhos, então não se torne misógino graças a alguma mulher que te feriu. Sobre a parte positiva deste meio, destaco este post do Blog do Doutrinador, queria ter lido isto quando tinha meus quinze anos de idade - mas tenha bom senso ao ler este e qualquer outro material deste tipo. Por fim, quando erramos um caminho é melhor voltar atrás do que seguir em frente e nos perdermos mais ainda. Se o homem moderno não consegue achar o meio termo entre a amabilidade excessiva e a violência do ressentimento, há o comportamento agridoce dos não tão antigos. Assistam filmes de Marlon Brando, Charles Denner e Sean Connery, por exemplo, mas com olhos atentos de alunos. Os filmes indicados nos links, a propósito, são ótimos e os recomendo independentemente do conteúdo do post.

Menos Kevin Arnold e mais Bertrand Morane

5 comments:

  1. Se esse discurso fosse proferido em um filme adolescente americano, no final da festa, depois de tu ter tomado um fora da cheerleader, essa é a hora que eu me levanto e bato palmas, lentamente, no meio da multidão e puxando-os junto comigo.

    Perfeito cara, PERFEITO.

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  2. Nossa!! Eu preciso aprender palavras novas para te elogiar.. Muito bom, eu adorei.
    A verdade é que todos tem medo de perder um amor, assim de repente. É muito doloroso e talvez é o que mais provoca estragos no corpo e na mente, levando muitas vezes à insanidade permanente. Provavelmente, o medo de perder um amor existe desde a idade da pedra, quando o homem conquistava as mulheres pela força bruta. Eles ainda as conquistam, mas com outras técnicas como tu mesmo disse: em vez da força, usam a persuasão, a promessa de roupas caras, carros e outras iscas muito mais eficazes. Os hábitos do homem moderno são os mesmo do inicio da civilização; ele apenas os expressa de maneira diferente

    VALE RESSALTAR que, as mulheres são mais suscetíveis a esse modo do que os homens, o que pode ser facilmente explicado: elas aprenderam, por experiencia, que eles são polígamos por natureza, e não se poder confiar nas rivais.

    Beijos, Gabi.

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  3. Cara se vc virar um misoginia, vc se tornaria homossexual ? haha
    Brincadeiras a parte, relacionamento já é complicado pq tem outra pessoa envolvida e como consequencia, outros costumes, ensinamentos e lógico problemas haha
    A questão é sabermos conviver com isso. Aprender a ter paciencia, respeitar as diferenças.
    Facil ?! JAMAAAAAAAAIS ahhaha

    Porém não deve jogar a toalha não, eu comecei a namorar a Carla dps que um amigo aqui da ibm disse, pq vc não namora ela? Se não der certo termina. Ou seja, não complique, tente, não deu certo ? Aprenda com seus erros e mais sorte na próxima.

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  4. Rapaz, como alguém que passou por esse processo de conhecer "a real", digo que foi um bom aprendizado, apesar de ter construído (e abandonado posteriormente) muitos conceitos limitados, vitimistas e errôneos.

    Gosto de alguns posts do blog do Doutrinador, mas já nem acompanho mais... acesso só quando lembro, mesmo. Os outros blogs sobre isso já são tendenciosos demais para o meu gosto hoje em dia.

    Lembro dessa polêmica do Silvio Koerich, acompanhei o caso pela internet... estranho é que o "verdadeiro" nunca se manifestou de forma oficial, mesmo tanto tempo depois do sr. Emerson e seu comparsa terem sido presos.

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