Na terceira noite de junho tive um impulso enquanto usava o computador e meses de adiamento foram jogados pela janela: finalmente suspendi minha conta do Facebook. Eu, que tanto reclamava do conteúdo compartilhado por lá a ponto de fazer um post mais ou menos relacionado a isso, insistia na permanência mesmo após cancelar algumas dezenas de assinaturas e desfazer amizades com duzentas e poucas pessoas numa certa limpeza de contatos.
Claro, havia quem compartilhasse conteúdo muito interessante, mas eu cada vez mais ficava refém desse potencial: poderia ver uma imagem engraçada, poderia encontrar algum texto interessante, poderia chegar a uma nova fase de Candy Crush, poderia conversar com centenas de amigos através do bate-papo... Poderia, poderia, poderia. Mas também poderia ler mais, escrever mais, ser mais ágil em meu trabalho, aproveitar muito mais uma cerveja dividida com um amigo do que algumas janelas de chat piscando juntas. E assim gastava horas aguardando a resposta a algum comentário de discussões sem pé nem cabeça ou algum "oi" jamais enviado pelo chat.
Os primeiros resultados já começaram a aparecer: tenho escrito e lido mais do que antes, arrumei pastas de músicas e fotos (apesar de que o computador sofreu um acidente após engasgar com uns goles de chá de camomila e estar no conserto), atualizei meu perfil do LinkedIn, tenho aproveitado melhor a academia e finalmente marquei minha consulta com uma dentista - nem direi por quanto tempo adiei isto para não perder a amizade com o Germano. E aos poucos as pessoas começam a notar a ausência, mas acabam me achando por outros caminhos como: Twitter, What's App, Skype, e-mail e, vejam só, inclusive pessoalmente!
Como escrevi no primeiro parágrafo, apenas suspendi minha conta. Não planejo voltar ao Facebook tão cedo pois ainda tenho muita coisa para botar em ordem em minha vida, mas também não pretendo abrir mão desse canal de comunicação com alguns distantes e valiosos amigos. São alguns projetos aparantemente simples, mas postergados por tanto tempo que agora pretendo tratá-los com urgência.
Outra mudança feita para cumprir estes objetivos mais agilmente foi a troc ano horário do expediente, com entrada às 13 horas e saída às 22. Sim, é muito tarde e às vezes é desgastante, mas agora tenho o centro de Campinas ao meu alcance durante as manhãs. Por trabalhar numa área isolada, qualquer pequeno compromisso ou emergência envolvia alguns contorcionismos para eu conseguir disponibilidade de tempo para resolvê-los: mudança de horário, home office e pedido de aprovação gerencial. Isto tudo para obter uma autenticação de firma em cartório, receber um encanador ou simplesmente comprar um saquinho de pregos, pois nada disso é encontrado perto do meu local de trabalho. Bastou alterar o horário, agora não preciso depender do comércio aberto aos sábados nem da flexibilidade da empresa para resolver estas bobagens. E a partir de agora não tenho mais nenhuma desculpa para adiar a resolução de minhas pendências.
A sensação das primeiras horas de desligamento. Ao fundo, o Twitter |
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