A princípio o movimento lutava contra o aumento do preço da passagem. Agora que o preço voltou a baixar, inclusive em Campinas antes mesmo de qualquer manifestação, há o discurso de que não são apenas os 20 ou 30 centavos. Não sabiam explicar muito bem o que era então, mas agora já surgem os primeiros pedidos de saída da Dilma e desejo de serviços públicos de qualidade. Muito pouco para quem afirmava estar à frente do processo de mudança do Brasil: tiram a presidente e assume seu vice Michel Temer, com seu substituto eventual, o ilustríssimo Renan Calheiros; reclamam de impostos excessivos e também pedem mais transporte, saúde, educação e segurança "gratuitos", ou seja, o que já é caro e ruim deve melhorar com redução de orçamento e maior atuação do governo (aquele mesmo formado por políticos).
Aí você encontra amigos diferentes e eles perguntam se você vai participar do protesto. Você diz que não porque é a favor de privatizações, abertura do mercado e desestatização de serviços, que não vê mudança nas propostas que o povo pede para melhorar o Brasil - mesmo sem ter procuração minha para mudar um país que é tão meu quanto deles. Assim como Thoreau, acredito que o melhor governo é o que governa menos. Eles torcem o nariz porque esta palavrinha, "privatização", causa urticária em quem sofre de Síndrome de Estocolmo e precisa estar protegido por um enorme governo central. Aí você é visto como reacionário, pessimista, antinacionalista... a lista de ofensas vai tão longe a ponto de me chamarem de "tucano". E, como li por aí durante esta semana, há uma inversão aqui: o Brasil tem um longo passado de Estado bem servido de recursos e controlador, então uma política de abertura seria a revolução e quem apoia o governo é o verdadeiro "reaça". Mudar apenas a presidente ou a forma como se presta serviços é muito superficial: ainda continuam o cesarismo e a necessidade dos estatólatras de estarem sob tutela de políticos.
Aliás, sobre ser chamado de antinacionalista, está aí a parte mais curiosa deste fenômeno das últimas semanas. Tenho uma bandeira do estado de São Paulo tatuada em meu ombro, nunca tive grandes arroubos nacionalistas por esta colcha de retalhos chamada de país e nunca fiz juras de amor a ele - inclusive já nutro há um ou dois anos o plano de emigrar. Pois bem, gente cujo amor por esta nação era igual ou até menor do que o meu por inúmeros motivos, alguns graves e outros mais fúteis, hoje se enrola em bandeiras, grita que o gigante acordou e solta um arsenal devastador de frases bregas. Tudo muito bonitinho, tenho certeza de que isto tudo tem se convertido em um número significativo de curtidas no Facebook. E assim segue a Caravana da Catarse, da qual me recuso a fazer parte.
O governo, este grande atravessador bom de papo |
Aí você é visto como reacionário, pessimista, antinacionalista... a lista de ofensas vai tão longe a ponto de me chamarem de "tucano".
ReplyDeleteIsso para não dizer da cara que vão te olhar como se você não tivesse nada a reclamar e/ou fosse um acomodado.
Discordar do que se propõe e/ou dos métodos? Conceito muito complexo para ser compreendido.
"Aí você é visto como reacionário, pessimista, antinacionalista... a lista de ofensas vai tão longe a ponto de me chamarem de "tucano"."
ReplyDeletehehehe Pois é, e eu que fiquei reclamando e reclamando no facebook com a 'bunda na cadeira', eles disseram. hehe
Daí fui nesta merda de manifestação sem causas, SIM, NÃO TEM CAUSAS, porque enquanto as pessoas não perceberem que o problema do Brasil não é só pelos políticos corruptos, mas também E principalmente pelo REGIME ECONÔMICO do país, nada, realmente NADA irá mudar, igual falei lá no twitter...
Até agora não vi nenhum político dizendo que vai dar liberdade econômica pro país, logo, sim, ninguém acordou, estão zumbizandoZzZzZZZZZ nas ruas! Vão ficar esperando o "Político Jesus" aparecer até quando?!
Se acreditam tanto assim não Estado, então que morram sendo dependentes da corrupção dos políticos pro resto da vida, mas depois não reclamem, e nem saiam pela ruas fingindo "amor à pátria", do dia pra noite... ¬¬'
Liberalismo? Eles não querem essa mudança, são amantes do Estatismo que nos escraviza há décadas e eles tanto amam, porque "Ay, não acredito no mercado Suelene" blablabla, mimimi. ELES É QUE SÃO OS REAÇAS AQUI!
E depois que sou a "insensível misantropa". TÁ BOM, FÉRAA! (y)