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Wednesday, September 28, 2011

Hiato

Como dito no post anterior, estou numa semana corrida graças ao fechamento do quartil e a correria deve continuar em outubro, quando farei sozinho o trabalho destinado a duas pessoas. Isso já aconteceu durante meses no começo, aguentei o tranco, mas acho que dessa vez o ritmo será mais intenso e serei mais exigido. Além disso, preciso mudar um pouco as prioridades e ser mais reflexivo, mais introspectivo e buscar mais auto-conhecimento e por isso mal resta assunto para escrever. Devo postar algum link ou algo interessante que encontrar por aí, mas não espero escrever muita coisa pelo menos até o fim de outubro.

Thursday, September 22, 2011

Baggio's Magical Kicks

Como estou em período de fechamento de quartil no trabalho e sobra pouco tempo e inspiração para escrever qualquer coisa, deixo aqui um joguinho viciante: Baggio's Magical Kicks. Passei inúmeras aulas de laboratório na época de faculdade tentando vencer a barreira e o maldito do goleiro adversário, uma espécie de Oliver Kahn do tamanho do Jorge Campos. Basta definir altura, força e efeito do chute. Depois que se acostuma à física das cobranças fica mais fácil alcançar as redes, mas até isso acontecer é meio frustrante ver a bola ser espalmada várias vezes. Há pênaltis também, já que Baggio (apesar de 94) tinha um altíssimo índice de acerto de cobranças em penais.

Tuesday, September 13, 2011

Pelé nos tempos atuais

Excelente texto escrito por um amigo que conheci na faculdade de Jornalismo, o palmeirense Rafael Cervantes. Essa cronologia fictícia é antiga, acho que de 2004 (ano em que trabalhei com ele no famoso site de notícias Futebol Interior), mas continua precisa, basta ver o início meteórico de tantos projetos de craque que acabam esquecidos antes de chegar aos seus vinte e tantos anos. Além disso, rolam algumas coincidências interessantes com o que realmente aconteceu no esporte posteriormente.

Infelizmente, até onde sei, Rafael escreve apenas profissionalmente hoje em dia e não é sobre a bola, uma grande perda para quem gosta de ler sobre futebol.

* Correção: o texto é mais velho do que imaginava, foi escrito no fim de agosto de 2006. De qualquer forma, ainda tem vários acertos (alguns, futuros, teremos que aguardar).

Pelé nos tempos atuais

23/10/1989 – Nasce em Três Corações, Minas Gerais, Edson Arantes do Nascimento. Passa a infância assistindo aos jogos amadores das cidades vizinhas.

1999 – Com dez anos, começa a jogar futebol no time Canto do Rio, nas categorias que permitem jogadores de até 13 anos. Edson se destaca e começa a utilizar o apelido de infância, Pelé!

2004 – Com quatorze anos se transfere para as categorias de base do Santos. Lá ele se destaca e Wagner Ribeiro, atento à categoria de base do Santos, já fecha um acordo e vira empresário de Pelé.

2005 – Um grupo de empresários portugueses tenta adquirir o passe de Pelé, devido as boas atuações nas seleções de base do Brasil. Mas Wagner Ribeiro, prevendo um futuro glorioso para o pupilo, não fecha acordo com os portugueses.

01/2006 – Com 16 anos ele participa da Copa São Paulo de Futebol Júnior pelo Santos, que é eliminado na primeira fase. Pelé faz dois gols e chama a atenção de Vanderlei Luxemburgo, que o alça para o time principal.

02/2006 – Na terceira rodada da primeira fase do Campeonato Paulista, Pelé entra no segundo tempo da partida, na Vila Belmiro, contra o América-SP. O Santos estava ganhando por 4 a 1 e Pelé marca um golaço. Pedala contra o zagueiro Marconi, passa pelo lateral Jura e toca na saída de Buzetto. Galvão Bueno, narrando o jogo, diz “Olha aí, olha o que o menino fez. Segura a fera!”.

02/2006 – Antes do clássico contra o São Paulo, na quinta rodada, Marcelo Teixeira reúne a imprensa para comunicar que o Porto-POR adquiriu o passe de Pelé por US$ 4 milhões e que a partida contra o São Paulo é a última com a camisa do Santos.

02/2006 – Pelé desembarca em Portugal e tem a ingrata notícia: Wagner Ribeiro, considerando ser mais lucrativo, avisa que Pelé jogará cinco meses no Shaktar Donetski, da Ucrânia, antes de ir para o Porto-POR. Pelé chega ao novo clube e, após quatro jogos e um gol marcado, pede para sair, pois não se adaptou ao clima do país.

03/2006 – Wagner Ribeiro consegue uma transferência de Pelé para o Cruzeiro, por empréstimo, até o contrato que estava vigente em cinco meses com o time ucraniano terminar. No Campeonato Mineiro, o Cruzeiro chega na final e vence o Ipatinga na decisão, por 3 a 1. Pelé marcou o primeiro gol do jogo e o primeiro com a camisa Azul Celeste.

04/2006 – Com o início do Campeonato Brasileiro, Pelé se destaca e marca dois gols na vitória sobre o Juventude. O Porto-POR, percebendo a vontade do novo contratado, pede que o empréstimo seja interrompido para poder contar com o jogador. O Cruzeiro, que ainda tem mais 2 meses e meio de contrato vigente, entra com uma ação na FIFA para garantir a permanência do jogador.

04/2006 – A FIFA dá ganho de causa para o Cruzeiro, mas Pelé acha que não tem mais clima na Toca da Raposa e pede para ser liberado. Ele jogou 11 vezes com a camisa do Cruzeiro e marcou três gols.

05/2006 – Pelé chega ao Porto-POR e fica no banco de Quaresma. Ele se desentende com o técnico, que o afasta e o coloca treinando separado. O contrato com o Porto-POR termina em dezembro de 2009.

09/2006 – Temendo uma desvalorização do futuro craque, Wagner Ribeiro consegue convencer os cartolas portugueses a repassá-lo a outro clube. O Porto-POR anuncia o empréstimo de Pelé por dois anos ao Lille-FRA.

02/2007 – Em fevereiro de 2007, Pelé, que até então tinha marcado 7 gols com a camisa do time Francês, em 19 jogos, se machuca num lance na partida contra o Bordeaux-FRA. Ele passa por uma cirurgia no joelho esquerdo e fica sete meses fora dos gramados.

07/2007 – Para a surpresa dos médicos, Pelé se recupera rapidamente e já começa a treinar com bola. Quando está pronto para jogar, o técnico francês decide que não quer mais o atacante, pois quando Pelé havia se machucado, o Lille-FRA contratou dois atacantes para substituir o craque. E para piorar, os atacantes eram os vice artilheiros do Campeonato Francês.

08/2007 – Já recuperado da cirurgia, Pelé consegue um empréstimo junto ao Santos, o clube que o revelou. No Santos ele reencontra o velho futebol e credita o sucesso na carreira a Vanderlei Luxemburgo, por tê-lo lançado. No Santos, ele termina o Campeonato Brasileiro com 11 gols, mesmo jogando apenas três meses e meio. O Santos termina na terceira posição e se classifica para a Libertadores 2009.

Oi?
01/2008 – Luxemburgo avisa que está de saída do Santos. Uma proposta tentadora do Bolton-ING tira o técnico da Vila Belmiro. Pelé, que é grato ao professor, pede a saída do time também após a ida de Luxemburgo para a Inglaterra.

02/2008 – Pelé se reapresenta ao Lille-FRA, que prontamente recebe uma oferta da Juventus-ITA, que quer contar com o craque para brilhar na volta triunfante à primeira divisão do Campeonato Italiano.

2008/2009 – Pelé marca 14 gols na Série A, em 23 partidas pela Juventus-ITA. O time termina na quinta posição e não consegue vaga para a Champions League. Toda a comissão técnica é demitida e Pelé, também.

08/2009 – Pelé volta ao Porto-POR e espera uma definição por parte de Wagner Ribeiro sobre seu futuro, já que o Porto-POR não pretende renovar contrato. Ribeiro consegue que o time do La Coruña-ESP, que precisa de atacantes, contrate a promessa. Pelé se apresenta ao novo clube prometendo vida nova.

2009/2010 – Na temporada, Pelé marca 21 gols e comanda o La Coruña na conquista do terceiro lugar do Espanhol, que garante passaporte para a Champions League.

02/2010 – Pelé é convocado pela primeira vez para a Seleção Brasileira, que enfrenta o Canadá em amistoso.

05/2010 – Sai a convocação de Dunga para a Copa do Mundo e Pelé não consta na lista. A ausência revolta a imprensa nacional, que pede a cabeça do técnico.

"Daqui quatro anos!"
08/2010 – Cobiçado pelo Liverpool-ING, Pelé não renova com o La Coruña-ESP e se transfere para o clube inglês. Para surpresa da imprensa européia, o Liverpool-ING anuncia outro brasileiro: Vanderlei Luxemburgo, que fez duas temporadas razoáveis no Bolton-ING.

01/2011 – Vanderlei Luxemburgo não consegue bons resultados no novo clube e é demitido depois de ser eliminado diante do Cristal Palace-ING na terceira rodada da Copa da Inglaterra.

01/2011 – Pelé fica revoltado com a decisão da diretoria e abandona o time. A FIFA entende o pedido de Wagner Ribeiro e rompe unilateralmente o contrato de Pelé com o Liverpool-ING.

02/2012 – Luxemburgo é apresentado como novo técnico do São Paulo, que também anuncia Pelé. O craque recebe todo o apoio de Rogério Ceni, que está prestes a completar 1000 jogos com a camisa Tricolor.

2012 – No Campeonato Paulista o São Paulo termina na 3º colocação. Pelé marcou 6 gols em 17 partidas disputadas. Na Libertadores, o São Paulo caiu nas oitavas-de-final e Pelé marcou apenas 2 gols. No Campeonato Brasileiro, o São Paulo ficou em 5º lugar e obteve lugar para a pré-Libertadores. Pelé jogou 31 vezes e marcou 12 gols.

01/2013 – Quando tudo indicava que Pelé renovaria contrato com o São Paulo, o Nagoya Grampus anuncia a contratação do jogador por US$ 3,5 milhões. Pelé chega à Terra do Sol Nascente e na apresentação se diz muito orgulhoso de defender o 9º clube na carreira, com apenas 23 anos.

2013-2016 – Pelé se destaca no clube de Nagoya. Durante as três temporadas, Pelé marcou 75 gols em 147 jogos. A ausência na Copa do Mundo no Brasil, em 2014, foi encarada com naturalidade por Pelé. “Já faz parte do passado”, afirma.

2017 – Experiente, com 28 anos Pelé anuncia que vai jogar novamente em Portugal, desta vez no Sporting-POR.

2017-2021 – Pelé, mais maduro, encerra seu ciclo na Europa com um bom saldo no clube português: foram 4 temporadas, 203 jogos e 66 gols.

2022 – Com 33 anos, Pelé afirma que vai jogar mais duas temporadas no Santos antes de encerrar a carreira. No término do Campeonato Paulista, Pelé recebe uma boa proposta do Olympiakos-GRE. Ele se transfere para o clube grego e na despedida do Brasil, ele afirma “Pelé ainda não morreu”.

2022-2023 – Pelé tem atuação apagada na Grécia. Se machucou muito e marcou apenas 9 gols na temporada e meia que permaneceu na Grécia.

Aventuras no fim do mundo
2024 – O Bangu, que passa por transformação, anuncia Pelé para a disputa do Campeonato Carioca. Além do experiente Pelé, o clube carioca anuncia outros dois veteranos para a competição: o zagueiro Betão, com 39 anos, que já teve passagens por Corinthians, Fluminense e clubes da Ásia, e Romário, que busca o milésimo gol – faltam apenas três.

2024 – O Bangu cai na semifinal da Taça Guanabara diante do Vasco e Romário, enfim, marca o milésimo gol, contra o Volta Redonda.

2024 – Pelé encerra a carreira aos 35 anos e vira comentarista esportivo. Pelé jogou 753 partidas na carreira e marcou 274 gols. Se aposentou como o maior artilheiro da história do Nagoya Grampus. Conquistou um Campeonato Mineiro, uma Copa de Portugal e duas Copas do Imperador.

Saturday, September 10, 2011

Críticas

Ontem a noite a Ponte Preta sofreu um duro golpe na disputa da Série B do Brasileiro: empatou com o Icasa, como visitante, em partida que vencia até os quarenta e oito minutos do segundo tempo. Pior: o empate veio num gol de cabeça desferido dentro da grande área, quando o time de Campinas tinha três zagueiros mal-posicionados no lance. O resultado foi péssimo, a covardia do técnico Gilson Kleina é angustiante, o acesso ainda é bem possível apesar desses tropeços que deveriam ser evitados... ou seja, não há nada de muito novo ou diferente de tudo que aconteceu nos últimos anos - exceto pela chance mais palpável de voltar à elite - mas achei a reação de parte da torcida curiosa.

Apesar do resultado revoltante para qualquer torcedor com um mínimo de senso crítico, ainda assim houve um coro de otimismo. Tudo bem se fosse apenas para lembrar que nem tudo está perdido, mas preocupa a "ditadura" que policia até quem critica querendo o que é melhor para a instituição. Fazendo uma comparação simplória: se uma criança quebra uma vidraça após chutar uma bola enquanto brinca, é melhor que o pai use este momento negativo como embasamento para cobrar uma melhora de seu filho ou que o guri receba elogios e presentes mesmo após uma atitude condenável?

Talvez eu fique com imagem de "corneteiro"* por escrever esta defesa do crítico, mas acho melhor isso do que fazer parte do rebanho do conformismo. Se é necessário acreditar, acredito querendo o que é melhor para o clube e exijo mais porque quero uma Ponte Preta grande e sei que há potencial para isso. Os dois tipos de torcedores, apesar das posturas distantes, caminham na mesma direção, porém acho que é preciso ter mais cuidado com o foco do apoio, principalmente se ele for incondicional como tanto se prega: apoie-se o que é duradouro, não pessoas que vão durar no máximo poucos anos e talvez nem serão muito relevantes para a história do time.

"Gostei desse Edinho Cabeção que trouxeram pro ataque"
* Acho que não tem termo mais banalizado nas arquibancadas do que este. Não sei qual foi a sua origem, mas vejo o corneteiro como aquele torcedor que se dispõe a perseguir o técnico ou algum jogador com o qual antipatize (geralmente aquele volante ou meia com média alta de passes errados) desde antes da partida começar. Esse encosto passa então mais de noventa minutos agredindo verbalmente seu(s) alvo(s), independentemente de seu desempenho naquela partida ou até de partidas recentes - o que importa é apenas a implicância com o cornetado e quanto mais gratuita ela for, mas perto o cidadão está do rótulo de corneteiro.

Sunday, September 4, 2011

Planeta dos Macacos - A Origem

Neste sábado consegui ver o filme Planeta dos Macacos: A Origem, que explica como a Terra chegou à situação descrita no primeiro filme da série: um planeta sem humanos e dominado por símios inteligentes e falantes. Este meu comentário não será muito detalhado para evitar spoilers, além de que eu indico que vejam a produção.

A história começa com os experimentos do geneticista Will Rodman (James Franco), pesquisador que busca um tratamento para o Mal de Alzheimer. Will desenvolve um vírus que, quando testado em macacos, reverte danos cerebrais e até os torna mais inteligentes do que eram antes, porém a apresentação do produto a investidores é interrompida pela principal cobaia, enlouquecida com a tentativa de tirarem-na de sua gaiola – e assim o projeto é cancelado e os animais são sacrificados, exceto pelo filho Caesar, cria recém-nascida do animal morto (e o motivo para seu comportamento agressivo).

Para que o filhote seja salvo, o cientista leva Caesar para casa apenas para passar alguns dias e deixa-lo em algum abrigo, porém nota que, de alguma forma, o vírus experimental foi herdado e que o pequeno chimpanzé tem uma inteligência anormal. E assim ele insiste em sua pesquisa, agora clandestina e o macaco se desenvolve com o passar dos anos: tem seu quarto, resolve quebra-cabeças, interage com a família, porém se descontrola ao ver um vizinho atacar o pai de Will. Caesar ataca o agressor, persegue-o e o machuca gravemente, por isso é entregue a um abrigo público.

Caesar, arrependido de seu ataque, abraça seu "avô"

Neste local, apresentado ao pesquisador como um ambiente estimulante, Caesar é preso numa pequena gaiola, mal alimentado e mal tratado pelos funcionários do local. É também vítima dos seus colegas de cárcere, já que é diferente dos demais: anda com uma postura mais ereta e veste roupas humanas. Finalmente, a frustração de receber uma visita de Will e não voltar para casa faz com que o símio desista dum retorno, renegue sua ligação com os homens e inicie um motim com seus iguais.

Gostei muito de dois aspectos do filme e o fazem ser muito mais do que apenas uma obra de ficção. O primeiro é o conflito que vive Caesar, criado desde cedo como humano e dono duma capacidade intelectual muito maior do que a de outros macacos. Porém, ao voltar dum parque e ver que usa coleira da mesma forma que um cão, fica em dúvida e questiona Will sobre sua identidade, se é apenas um mascote ou não. Este tipo de dúvida, da criatura para o criador, lembra muito o livro em que o cientista Frankenstein cria um ser que reúne muitas características humanas, mas nunca chega a ser considerado mais do que um monstro. Frankenstein renega então sua obra, assim como Caesar acha que foi rejeitado quando Will o visita e não o leva de volta para casa.

O outro ingrediente foi a visão dum grupo oprimido e pressionado, porém rebelado apenas depois da chegada dum líder. Por mais insatisfeito que o resto da macacada estivesse com os maus tratos, criaram um ambiente em que estavam acomodados com uma espécie de sociedade já estabelecida. Quando Caesar se dispôs a organizar e treinar seus colegas, houve um levante para se libertar da opressão. É difícil ver tudo isto e não lembrar de episódios, alguns muito recentes, como as ondas de vandalismo em Londres, em Paris, parte do Norte da África e até eventos históricos, como a Revolução Francesa ou a explosão do Nazismo na Alemanha (com a assinatura do Tratado de Versalhes).

Caesar contém um funcionário do abrigo que o atacava com este bastão elétrico
Enfim, o filme é muito mais do que apenas uma obra de ficção ou efeitos especiais. Além de tudo que citei, há também boas cenas de ação e a emocionante interpretação de John Lithgow como o pai de Will e um portador de Alzheimer – esta circunstância leva o filho cientista a outros dilemas éticos decorrentes da sua profissão, mas é melhor que vejam o filme pois vale muito a pena.

Friday, September 2, 2011

Retratação

Postei aqui, no mês de julho, uma nota de repúdio ao River Plate por tentar se aproveitar duma manobra para se safar de jogar a segunda divisão argentina nesta temporada que começou em agosto. Apesar de aprovada com apoio de muitos presidentes dos quarenta clubes envolvidos, a "virada de mesa" sofreu pressão de torcedores e até do governo para não se realizar e o lobby deu certo. Tudo continua como antes, com duas divisões e os grandes Rosário Central e River  na segunda delas. O modesto Belgrano, conquistador de uma vaga na elite após derrubar os Millonarios, continua em sua divisão superior.

Além disso, tenho que destacar aqui o empenho do presidente Sérgio Carnielli em buscar o acesso à Série A do Brasileiro com a Ponte Preta. Convenhamos que é ano de eleição e esses investimentos não parecem meras coincidências, mas independentemente disso, torço muito para que os esforços alcancem a meta de voltar à primeira divisão do torneio nacional. Mais ainda, tenho esperança de que esse bom planejamento de 2011 fique de lição para os anos que vêm por aí, mesmo caso o acesso não seja alcançado - o que acho improvável. Enquanto escrevo a Macaca é líder do campeonato, mas ainda falta muito. Ainda há a conclusão da rodada e praticamente o segundo turno inteiro, fora os jogos em Araraquara, um clássico em outubro... enfim, há muito chão pela frente, mas a confiança da torcida é grande.

Thursday, September 1, 2011

Power off

Foram muitos anos. MUITOS. Antes de saber ler e escrever eu já começava a perder vidas no infindável Pitfall, do Atari. Comecei a jogar videogame com cinco anos de idade, quando era realmente necessário ser viciado para passar horas em frente à tela - hoje é fácil perder a noção de tempo quando há jogos eletrônicos com mundos gigantescos, centenas de objetivos e premiações a serem reveladas, visual realista e outros atrativos. Porém, após uma sequência que passou pelo sistema veterano que já citei, pelo Mega Drive, por um Playstation e seu sucessor, finalmente me desvencilhei totalmente dos games.

Um pouco dessa mudança foi imposição, já que o canhão de leitura de discos do Playstation estava no fim da sua vida útil e costumava falhar. Porém, o fator mais decisivo foi a soma de tempo que eu perdia sem perceber. Cada partida de Winning Eleven, com seus cerca de quinze minutos, evitava que eu investisse meu tempo com o blog, em estudos, cuidados com o apartamento ou até pequenas distrações mais construtivas, como brincar um pouco com a Bolacha.

Portanto, acaba aqui um ciclo. Talvez volte a jogar um dia, mas não creio que será tão cedo. Talvez seja no dia em que tiver um filho e ele tenha um videogame para ele, mas até lá há muito chão. Como despedida, farei como o personagem de Nick Hornby e deixarei um breve ranking com cinco jogos que achei marcantes nestes mais de vinte anos de vício.

Shadow of the Colossus - Talvez um dos jogos mais difíceis para ser categorizado. Não é exatamente aventura, nem ação, certamente não é RPG, mas tem puzzles. Outro dia ouvi numa conversa alheia que era do estilo de God of War e, por reflexo, falei baixo para mim mesmo "Não tem nada a ver com God of War". O solitário Wander chega a uma terra aparentemente abandonada e, guiado por espíritos e sua espada, precisa derrotar dezesseis inimigos gigantescos. O primeiro encontro é genial: enquanto o jogador está ansioso e tenso com o tamanho de seu adversário, o colosso passa sem nem perceber o seu desafiante. Batalhas épicas, trilha sonora tocante e cenários desoladores fizeram com que este se tornasse o meu jogo favorito em todos estes anos.

Metal Gear Solid - Série que começou no Nintendinho 8-bits e que foi retomada no Playstation. Talvez tenha sido o primeiro jogo com pretensões "hollywoodianas" e que alcançou essa meta magestralmente. Há também o enredo complexo e de diálogos muito bem escritos, além da inteligência artificial avançada para a época. O destaque é o chefe Psycho Mantis, capaz de ler a mente de quem joga (há até uma introdução em que ele brinca com o conteúdo do cartão de memória e comenta sobre a trajetória feita no jogo). Esta habilidade torna o combate impossível, a não ser que se retire o controle do videogame da entrada 1 e a 2 seja usada - assim o inimigo reclama que não consegue ler os pensamentos de Snake, o protagonista.

Psycho Mantis comenta sobre outro jogo da Konami encontrado no Memory Card
Legacy of Kain: Soul Reaver - Mais um jogo do Play 1. A inovação deste jogo era a possibilidade de alternar dois ambientes, um comum em que o personagem Raziel poderia transitar com seu corpo e outro "dark", para o espírito. Formas e cenários também eram modificados de acordo com o modo ativado, assim como alguns poderes e limitações também eram resultantes da mudança.

Winning Eleven - Desde o lançamento do primeiro Fifa Soccer gosto muito dos jogos de futebol, segui a série por alguns anos e joguei muito o Fifa 99 (com o eterno Bergkamp na capa). Porém, acabei cedendo à corrente pró-Winning Eleven ainda no PS1, lembro que a primeira versão que tive ainda listava Zidane como jogador da Juventus. Depois de me acostumar, adotei a série e nenhum outro título teve tantas horas da minha atenção quanto uma edição da equipe Brazukas que comprei logo após a Copa de 2006 - tanto que a uso até hoje. Foi legal comemorar algumas "conquistas" como o título da Liga com a Vecchia Signora após os líderes Inter e Milan empatarem e serem ultrapassados na última rodada ou a virada épica num Borussia Dortmundo 5 x 4 Liverpool. Apenas relevem a arteirice do vídeo.

Street Fighter 2 - Clássico supremo dos filperamas na minha infância. Aliás, ainda existe fliperama? Enfim, muitos donos de locadoras, bares e casas de jogos devem ter feitos vastas fortunas em cima da molecada que lutava entre si para se matar no SF. Até hoje os personagens e golpes especiais são citados, basta lembrar do notório Pastor Pilão ou da onda de vídeos com a música de fundo do estágio do americano Ken - a ideia era que aquele tema ficava bem em absolutamente tudo, de cenas de danças a tiroteios. Enfim, SF2 foi um sucesso estrondoso e praticamente ditou como deveriam ser os jogos de luta para sempre.

Hadouken, um golpe que virou até comemoração de gol do L. Damião

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