Não vou lamentar aqui as cenas que todos têm visto nos últimos dias, isso seria redundante e eu não tenho nada de novo a acrescentar. Acho apenas que há muito que ser debatido, em âmbito estadual e também nacional, desde a forma como se trata o tráfico de drogas (e talvez a legalização), os usuários, a forma de ação policial e como evitar que o tráfico cresça/se renove.
Especialistas em segurança pública e militares também deveriam dar espaço a outras opiniões sobre esse problema: psicólogos, educadores, sociólogos, profissionais da saúde pública (que deveriam discutir a questão das drogas, assim como a do aborto)... enfim, não é possível que se continue eternamente nesse jogo de "siga o mestre" com a polícia um passo atrás do crime organizado.
Sim, eu sei que há muitos peixes grandes envolvidos, que há muitos interesses por trás do tráfico e até da violência, mas acredito que um dia isso irá mudar. Talvez o tráfico resolva andar com suas próprias pernas como as Farc na Colômbia, depois disso a criatura pode se rebelar contra o criador. Espero que não seja preciso vermos a execução de deputados, prefeito ou governador, mas talvez um mártir seria muito melhor que milhares de inocentes.
Como forma de despedida aos posts da série Som de Sexta, que me fez lembrar umas músicas interessantes mas é meio cansativa, vou postar um samba que fala dum Rio que parece de mentira, especialmente nessa guerrilha urbana que não sai da televisão. A música é de Dicró e fala da Chatuba, comunidade carente do Rio.
Seguem dois links para galerias de fotos, um do Terra e outro do G1. Abaixo, uma fotografia impressionante: policiais armados de fuzis, a população assustada, pixações, uma moradora de rua dormindo e um "Ordem e Progresso" que parece até irônico no desenho da bandeira do Brasil.