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Saturday, July 23, 2011

Espanhol - 50%

Na noite desta última quinta-feira o intensivo básico de espanhol chegou à sua metade com a primeira prova do módulo. O exame, composto de nove questões, foi relativamente tranquilo e acredito que ele esteja corrigido até segunda-feira. Agora teremos mais duas semanas de aula com outra prova no começo de agosto e aí acaba a maratona: no próximo estágio a frequência de aulas volta aos tradicionais dois encontros nas noites da semana ou toda uma manhã de sábado.

Por enquanto o curso está até acima das minhas expectativas: Fernando, um boliviano que vive aqui há quase vinte anos, é um bom professor e também sabe injetar ânimo na turma que nem sempre com as baterias carregadas. Os alunos, aliás, formam um bom grupo - esforçado e motivado, apesar de haver apenas cinco pessoas. Não poderiam faltar (aliás, não faltariam pois abandonaram o curso) aqueles que fazem uma ou duas aulas e desistem, mas é que melhor que saiam. Assim, se não aprendem, pelo menos não atrapalham quem ainda está interessado.

Não restou nenhum Godinez
Essa intolerância parece meio cruel, mas já tive o desgosto de me inscrever numa escola de italiano em que a turma, muito maior, era dominada por gente que só ia à aula para falar da Itália: como é a comida, como é Roma, como agem os batedores de carteira... Uma senhora (não lembro o seu nome, então vou apelida-la de Dona Apollonia) pegou carona com a filha e também começou a frequentar as aulas, mas a nossa querida Apollonia parecia uma versão feminina de Sílvio Lancelotti e até dava dicas de receitas italianas. Falava da viagem da filha, do seu pai italiano de nascença e trocava figurinhas com um casal jovem que havia conhecido Veneza - sem conseguir pronunciar nenhuma palavra em italiano, capaz que até o próprio sobrenome gerasse dúvida.

Então alguns alunos começaram a faltar e as faltas tornaram-se desistências. Os quase vinte estudantes caíram para dez e nesse ponto pedi para mudar de classe, ou seja, abri mão das aulas às 10 da manhã no sábado para estar na escola às 8 em aulas com a belíssima Hilaria (uma italiana que tinha a beleza que faltou ao seu nome). Esta sim, mais rígida e exigente, não permitia conversa furada em português. As aulas rendiam, eu estava sempre contente com o novo grupo até que aconteceu o que eu já esperava: a minha antiga turma foi fechada por falta de quorum e voltei a ser colega de classe da dona Apollonia. Depois de um ou dois meses de muito esforço e com o bolso quase vazio, desisti de lutar contra esse catenaccio linguístico e parei de estudar o idioma de gênios como Dante, Leonardo da Vinci e Baresi.

Agora a história é bem diferente e torço para que o grupo se mantenha junto após o fim do intensivo. Caso ele seja diluido em classes maiores, pelo menos saberei que ali há algumas pessoas interessadas em levar o curso a sério.

2 comments:

  1. @Luiz Fabiano olha que eu me senti honrada pela coincidência/felizes constatações e palavras elogiosas à minha pessoa, apesar de sábado ter sido uma coisa triste. Assim que soube eu pensei, mas porra, morrer com VINTE E SETE ANOS, porque isso é tudo que eu tenho de anos vividos e ao mesmo tempo não é nada.

    E claro, não se esqueça de voltar por aqui, você sabe que sempre esteve entre os notáveis desde a remota época da PUC, quando éramos apenas estudantes mandriões.

    Pergunta que não quer calar: Ao mudar de turma, a Apollonia finalmente calou a boca?

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  2. Opa, visitarei sim, gostei muito do seu blog! Usei aquele "dona Apollonia" como pseudônimo por um lapso de memória, mas vi como vc faz bom uso desses pseudônimos e penso em adotar a técnica quando for necessário hehe

    E sobre a Amy, reagi com certa agressividade porque essa foi uma morte burra - como é a de todo jovem que mergulha nas drogas. No fundo torcia para que ela se recuperasse do vício, já que ela era uma baita cantora (apesar de não ser meu estilo, admirava sua voz). Agora torço para que lembrem-se mais da cantora do que da personagem.

    Ah, sobre a dona Apollonia, ela mudou de horário, mas não de hábito hehe

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