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Tuesday, August 31, 2010

Fábula

Aquele rico senhor de engenho (não o mesmo da fábula que escrevi anteriormente, apesar de ambos terem suas semelhanças), após um período de vacas magras, passou a acreditar piamente na satisfação do cliente. Mesmo pedidos cabíveis, como não maltratar seus trabalhadores, eram contidos - a missão era satisfazer o cliente e não o contrário. Além dessa subserviência toda, o patrão gostava de inovar, mas nem sempre suas inovações importavam tanto para a empresa e para o mundo quanto ele gostaria.

"Em casa de ferreiro, espeto é de pau", como todos muito bem sabem. Pois bem: algumas dessas invenções eram realmente interessantes e cativavam a clientela, mas só iam da porteira para fora, nunca em direção ao interior da fazenda. Lucrativas colheitas muitas vezes eram obtidas com esforços hercúleos de todo o plantel de funcionários. Para o cliente, porém, nada disso era visível, apenas seu produto belo e bem arranjado - mesmo que com ferramentas de trabalho precárias.

Reunião trimestral de planejamento
Um dia, porém, o fazendeiro causou grande expectativa no engenho: criaria uma máquina que acabaria com todo o trabalho de colheita no canavial. Alegria, entusiasmo e alívio se espalharam por todos os rostos, exceto por alguns já calejados com tantas surpresas que caíram por terra. O burburinho era geral: trabalhar seria mais prático, haveria mais tempo livre para aprender atividades novas, todos os problemas ali seriam minimizados. Alguns chegavam até a sentir certo receio de perder o emprego - tão eficiente que seria a máquina.

Chegou então o grande dia e o invento revolucionário foi apresentado. Abriram-se as cortinas e revelou-se a tal da colheitadeira automática. Suspiros foram ouvidos, houve aplausos e muitos se abraçaram - principalmente os convidados do anfitrião. Começaram então a demonstração, já que a curiosidade coletiva era incontrolável. Para surpresa de todos, o dono do engenho pediu que um dos funcionários cortasse alguns pés de cana. "Deve ser para não gastar o maquinário", pensaram alguns, claramente confusos.

Um rapaz se adiantou, cortou alguns pés e os entregou ao dono do engenho. Este não os aceitou e, rindo, disse que a cana precisava ser preparada antes. "Assim o cliente não vai ficar satisfeito!!", gargalhou o patrão. Antes era preciso cortar as pontas, arrancar a casca, abastecer a máquina com combustível e, aí sim, passar a cana pela colheitadeira. Quando muitos já percebiam que aquilo não ajudaria em absolutamente nada a tarefa, eis que finalmente a novidade foi posta em prática.

A cana, que tanto trabalho ainda continuaria dando aos trabalhadores, era esmagada e dela escorria um líquido amarelado, tão açucarado que atraía abelhas dos arredores. Muitos já salivavam com a expectativa de provar aquele néctar, mas ninguém se arriscava a pedir um gole. O senhor do engenho, então, pediu uma caneca e falou para o capataz enche-la. Tomou largos goles, se lambuzou e riu fartamente com o sucesso que sua criação faria. Alguns de seus convidados também provaram, riram e comemoraram o invento. Os trabalhadores, no entanto, continuaram tentando entender como o tal do progresso iria realmente trazer melhorias - embora alguns continuassem crente de que aquela máquina seria muito positiva, mesmo sem compreender qual era sua utilidade.

Moral da história: "O homem é um animal que adora tanto as novidades que, se o rádio fosse inventado depois da televisão, haveria uma correria a esse maravilhoso aparelho completamente sem imagem". Millôr Fernandes ou então, um simples: "Nem tudo é o que parece".

Monday, August 30, 2010

"O tempo 'escangaia' tudo"

Como todos os leitores devem ter notado via Orkut, completei 26 anos de vida na última quarta-feira, 25 de agosto. Nunca fui muito fã dessa data, já cheguei inclusive a pedir para que a data passasse em branco lá por volta de 2000 (mas acabei sendo surpreendido com uma torta feita pela minha mãe, para meu desespero), mas nesse ano resolvi sair para comer uma pizza com meu pai, minha irmã e minha namorada. 

Fomos até a Monte Bello que fica a duas quadras daqui, comemos o rodízio e, após minha namorada comentar algo sobre seu hamster, meu pai simplesmente se convidou para ir até lá dar uma olhada nele. "Que cara de pau", eu pensei, mas não protestei. Voltamos, viemos até o apartamento e, após cerca de cinco minutos em que a gaiola estava sendo pega, descobri que fui enganado pelas duas Lucilas, que armaram uma festa surpresa com direito a bolo e docinhos. Confesso que achei muito legal, principalmente pois escolheram fazer algo mais reservado - tenho uma vergonha até patética de que cantem "parabéns" para mim em público.

Estafa alimentar
Por falar nessa minha "fobia", a data passou despercebida por meus colegas de trabalho - acho que, quando entrei no time, menti sobre a data do meu aniversário, tanto que a moça que organiza as festinhas (Natasha) comentou que havia o anotado em março. Pois bem, na quinta-feira, no meio da tarde, ela lembrou de me perguntar se a data já tinha passado, pois a planilha dela estava desatualizada. Rendido, só respondi um modesto "foi ontem" pelo meio dos dentes.

Sexta-feira, então, rolou a festinha de aniversário da "firma". Cada um leva um prato, todo mundo come bastante e, no final, canta-se um parabéns - mas moderadamente, para não incomodar os vizinhos de corredor. Aqui, novamente, não me incomodei com a comemoração, até achei legal o pessoal se reunir e interagir. Apesar de não sentir mais a necessidade de TER que fazer amizade com os colegas de trabalho, também não custa nada jogar um pouco de conversa fora. Como costuma dizer aquele jornalista mineiro: "O tempo 'escangaia' tudo", inclusive meu humor rabugento dos fins de agosto.

Friday, August 27, 2010

Propaganda

Post bem ligeiro para registrar um site muito legal com pôsteres da Segunda Guerra Mundial, com propaganda dos países envolvidos, com mensagens bem variadas: evitar fofocas para nenhuma informação vazar, repúdio ao inimigo, união de nações e adoração aos líderes locais. Site em inglês, mas vale como curiosidade: Dark Roasted Blend.


Som de Sexta VII

Essa talvez seja uma postagem "trapaceira": o vídeo é muito mais sobre futebol do que música. No entanto, é interessante notar como a torcida do Liverpool canta um sucesso de seus mais famosos conterrâneos nas arquibancadas de Anfield (mais precisamente, The Kop, setor localizado atrás de um dos gols e que recebeu seu nome em homenagem a combatentes da cidade mortos num conflito na África do Sul). Além disso, o então repórter de campo tomou outros rumos profissionais e tornou-se mundialmente conhecido anos depois.


Tuesday, August 24, 2010

Devaneios corporativos

Quando criança, meu sonho era conseguir reproduzir na vida real tudo de incrível que os efeitos especiais pintavam nas telas: voos, controle sobre as forças da natureza, telecinese, etc. Com o passar dos anos, os sonhos mudaram e hoje me pergunto se é possível viver com um pouco de conforto trabalhando em um ambiente saudável que não devore minha saúde. Não sei se teria que morar em alguma cidade muito menor, ir para outro estado ou o quê, mas tenho fé que isso não seja coisa de Hollywood.

Fui enganado por Kevin Smith?

Saturday, August 21, 2010

Parada obrigatória no pit stop

Respirem aliviadas, pessoas de bem: o blog não irá parar. Quem parou um pouco foi a incessante correria do trabalho, pois nas últimas duas semanas tentei tomar conta dum time que exigiria, pelo menos, mais uma pessoa. "Tentei", na última frase, foi usado pois não consegui vencer essa bucha desafio e acabei ficando sobrecarregado.

Innovation that matters

Durante algum tempo ainda tive uma preocupação a mais, pois teria também que treinar uma pessoa nova no time - o que significaria que eu trabalharia num ritmo mais lento ainda. "Aí sim, fomos surpreendidos novamente", como diz o muito velho lobo: esse novo recurso que seria meu padawan vai para outro lugar, enquanto eu terei ao meu lado uma moça que já é do time há algum tempo, a também jornalista Natália.

Com isso as coisas devem melhorar após algum tempo, já que ela precisa ser treinada, conseguir acesso a alguns sistemas, pegar prática... mas já é bem mais fácil do que se fosse alguém começando do zero. Além disso, dá para ir me aproximando de gente nova e me enturmando mais com o pessoal que trabalha ao meu lado.

Friday, August 20, 2010

Som de Sexta VI

Essa semana mal tive tempo de postar qualquer coisa por causa da correria do trabalho e alguns compromissos (recomendo o filme A Origem a todos). Enfim, a música que escolhi para hoje está aqui graças à minha conturbada adolescência, mas bate um pouco com o que venho passando no meu emprego.

Há cerca de dez anos, quando estava no ensino médio, lutava contra um momento crítico em casa com minha mãe enfrentando o câncer e, minha avó, o mal de Alzheimer. Além disso, eu estava numa escola da qual eu não gostava, tinha poucos amigos... enfim, foi um momento difícil. Aos poucos fui conhecendo o heavy metal e entre as letras sobre guerras, desprezo a ditaduras e chacinas, acabei encontrando o pessoal do Pantera.

A antiga banda de hard rock que se trajava de maneira semelhante ao Poison passou por uma mudança radical alguns anos após a entrada do vocalista Phil Anselmo, mudou o som e mudou o conteúdo das letras. Em vez de falar sobre os temas acima, passaram a falar de motivação, provações e de como se super a subestimação. 

Isso tudo foi exatamente o que eu precisava naquela época, principalmente pois a banda tinha uma força que me faltava. "Nossa, o Luizão era emo!". Não, pelo contrário. Se eu conhecesse o NX Zero naquela época, teria abaixado a cabeça para as adversidades.

Essa música é do "primeiro" álbum da banda (primeiro depois da mudança acima), o Cowboys from Hell e esse show foi um Monsters of Rock em Moscou, gravado em cerca de 1991. O festival também contou com Black Crowes, Metallica e AC/DC - cast convidado para apaziguar o clima tenso que rondava a nação à época.



Saturday, August 14, 2010

Jantar de três meses

Como os três meses de namoro com minha vizinha Lucila serão completos na segunda-feira, dia 16, achamos melhor adiantar um pouco a celebração para a sexta-feira. Já que não cozinhávamos juntos a algum tempo, também aproveitamos a deixa para fazer um raviolli. Passei no mercado voltando do trabalho e comprei alguns ingredientes para o molho de tomat: champignon, azeitona fatiada, peito de frango para desfiar e um queijo minas, para botar um freio em tanta coisa de sabor mais forte (eu ainda ia comprar umas alcaparras, mas elas devem até ficar melhores sozinhas no molho).

Enfim, chegando ao apê, adiantei o peito de frango, desfiei tudo e piquei um pouco de queijo para servir de aperitivo. Com tudo quase pronto, fui ao apê vizinho para terminar a massa e, além da comida, levei um vinho: o chileno GatoNegro, presente do meu sogro. A partir daí foi simples: era uma massa daquelas de supermercado que só precisam ser cozidas. Numa panela grande esquentei a água e, numa menor, o molho de tomate.

Ainda começando o preparo
Para começar, um pouco de leite - meio copo americano - no tomate para deixa-lo menos ácido. Alguns minutos depois, o peito de frango, que só precisava ser requentado e, logo em seguida, os champignons e azeitanos (cerca de 70 gramas de cada para uma latinha de molho). Finalmente, quando os raviollis já estavam começando a ficar macios, foi a hora do queijo para encerrar o acompanhamento.

Haters gonna hate!
Só um golinho... de cada vez!
Foi isso aí. Excelente jantar e até que a mistureba deu certo! Além disso, fica a dica do vinho GatoNegro, que deve ser encontrado com facilidade por aí: aqui em Campinas, por exemplo, é presença em todos os mercados.

Ó!


Fikdik, manolos

Thursday, August 12, 2010

Carmela e seu primeiro book

Fotos da Carmela, hamster da Lu que está aqui bem perto: enquanto eu posto, Skaf fala do PIB paulista, minha namorada folheia a Men's Health (sim, sou assinante, por mais vergonhoso que isso seja) e a pequena roedora se esconde em sua casinha.

"Ai, a minha dieta..."
Comendo e abstraindo
Come, Carmela!
Essa doida é alpinista e sem noção


É, eu sou um padrasto bem coruja mesmo!

Wednesday, August 11, 2010

Homenagem

Como bem disse o Herr, abrindo o chat da FAECV:



"Tô comendo bergamota".

Saudações.

Tuesday, August 10, 2010

És amada, Ponte Preta!

Parabéns, Nega Veia, pelos cento e dez anos de paixão, abnegação, lágrimas e risos! Não trocaria nada pela emoção que é te acompanhar e fazer parte da família alvinegra. Há muitos que, de maneira simplória, se atêm apenas ao imediatismo de títulos e taças. Esses, infelizmente, não saberão o que é o apoio incondicional e irrestrito a um clube e como o mel torna-se muito mais doce com o amargo fel dos momentos de desânimo e incerteza.

No entanto, a história da Ponte Preta e seu longo repertório de lutas, passos audaciosos e quebra de barreiras não permite que seu torcedor esmoreça jamais. Se há uma frase que resume o que é ser "macaco", citarei o samba que diz: "Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima!".

Como eu havia prometido um trio de hinos de futebol, não poderia encerrar a sequência de outra forma:

Monday, August 9, 2010

Dia dos Pais

Dia dos pais, acredito eu, é uma data muito subestimada. Claro, a maioria dos filhos geralmente se apega mais às mães e há os vários casos de genitores que abandonam mulheres ainda durante a gravidez. No entanto, essa data acaba se resumindo muitas vezes ao encontro forçado, hipócrita e apressado num almoço de domingo, talvez o único depois de meses, com um presente compensando o longo período de ausência. Enfim, já deixei meus resmungos registrados, agora comentarei o dia dos pais da minha família.

O saxofonista e maestro Ernesto Fabiano, vulgo meu pai, recebeu convite para fazer a música ambiente do almoço comemorativo do Tênis Clube de Campinas. Como era possível reduzir o cachê para que minha irmã e eu pudéssemos conseguir uma bola livre conhecer o local, esse acabou sendo o nosso primeiro encontro do dia. O clube é espetacular, muito maior do que eu imaginava (ele fica num quarteirão no meio do bairro urbano Cambuí) e até que o pessoal não pareceu tão esnobe - devem ter pensado que éramos sócios novos.

O curioso do evento foi um rapaz que foi sozinho aproveitar a feijoada e que sentou-se conosco - pois tínhamos uma cadeira livre. Em apenas dez minutos em nossa companhia, a mesa já tinha um copo de cada bebida: cachaça, cerveja, caipirinha e uísque. "Lugar com open bar é um perigo para mim!", confessou o nosso etílico, flamejante e sexualmente alternativo colega de mesa. Após um sprint de bebidas e dois pratos cheios de aperitivos, ele finalmente se deu por vencido e preferiu reduzir o ritmo para não sofrer um coma alcoólico. Mas depois ficamos pensando: que desgraça deve ser para esse indivíduo acordar após uma festa com open bar. Salvo pelo horário de almoço e pela preocupação com a opinião alheia!

Saímos do TCC às 14:15 h e fomos até a casa da minha família, onde vimos um pouco de televisão e do jogo da tarde. Lá pelas 17:30 h saímos, fomos ao Centro de Convivência para a apresentação da orquestra da igreja que meu pai frequenta (Presbiteriana). No começo do evento, no entanto, descobrimos que não era apenas um concerto, mas sim um culto em comemoração aos 140 anos da fundação dessa corrente protestante no Brasil, aqui na cidade das andorinhas. Achei o repertório interessante, gostei da execução dos hinos e as orações foram comedidas, sem gritaria, gente esperneando e espetáculos individuais.

"Peguei o seu nariz!!" sempre diverte um filho

A maratona terminou com um lanche do trio na padaria do Ventura Mall, após mais um episódio aleatório: uma senhora que dirigia um carro maior do que suas habilidades permitiriam guiar amassou o parachoque dum carro que estava estacionado na vaga ao lado (ao tentar sair, ela deu ré com sua roda na diagonal e o pneu encaixou no vizinho). Mesmo avisada do estrago feito, a nababesca perua fez uma cara de cachorro faminto, ameaçou sair - mais uma vez, com o carro em posição errada - e após um pouco de luta com o volante, fugiu. Fizemos um bilhete, o deixamos preso ao limpador de parabrisas, mas vou ficar devendo o fim desta novela.

Saturday, August 7, 2010

Macro-twittering VII

Acabei de fotografar as capas de livros que comprei recentemente para postar aqui, mas o antivírus fez uma varredura e classificou as imagens como trojans. Legal, muito prestativo da parte dele fazer isso, mas a pasta de fotos foi convertida num arquivo muito menor. Perdi as fotos, mas não tinha nenhuma que eu não pudesse obter novamente. A tragédia é que agora as fotos novas não podem ser vistas, já que a pasta, que tem o mesmo nome de antes, recebe um erro de "nome de diretório inválido". Caso eu não arrume um ás na minha manga, estou vendo que terei que comprar um novo cartão SD. Valeu, McAfee!

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Nesta semana saiu uma medição do trabalho executado em julho, que faz um cálculo assim: dia de conclusão dum pedido - dia de chegada do pedido = x. O X de todos os pedidos é somado e dividido pelo número de pedidos. Esse resultado final é chamado de cycle time e indica a média de dias levado para encerrar os pedidos. A meta é chegar a cinco dias e comemorou-se que o mês de junho ficou em 4.75. Pois bem, fiquei a maior parte de julho sozinho no time, ralei bastante e fiquei preocupado que não conseguiria manter o número abaixo de cinco. Conta feita, o resultado causou até desconfiança de que o cálculo estava correto: um inacreditável 1.71. Não sei se peguei um mês fácil, se agora vão querer impôr um impraticável limite de dois dias, mas sei que isso foi algo copeiro.

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Falando dos livros acima: são duas obras e ambas tratam da União Soviética. A primeira que comprei chama-se História Concisa da Revolução Russa, de Richard Pipes e a outra, comprada via web, foi escrita por Dmitri Volkogonov e tem o título Os Sete Chefes do Império Soviético. Já escrevi há algum tempo que gosto de ler livros de história (não que eu chege a ser um Germano Schneider), mas nunca havia lido nada sobre a revolução socialista. Como dei uma olhada na Revolução Francesa, senti que era hora de parar de enrolar e ir atrás dos movimentos bolcheviques.

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Já havia visto uma vez uma cena bem insólita, mas acabei esquecendo de escrever sobre ela aqui. Como hoje a cena se repetiu, vou gastar umas linhas nesse episódio. Voltando da academia por volta de 16 h, vi o que deve ser a equipe duma agência de modelos, dessas que busca a todo custo arrumar alguma pré-adolescente que possa ser a próxima sensação das passarelas (algo como os clubes de interior atualmente com jogadores).  Acontece que fotógrafo, menininhas, auxiliares e um manda-chuva estavam fotografando no meio da rua, com umas poses meio estranhas como "garota sentada na calçada" ou "jovem olhando se vem carro". Achei aquilo tudo muito estranho, principalmente por estarem trabalhando numa rua de muito pouco movimento e sem nenhum pai acompanhando o trabalho. "Isso é muito misterioso", como diz um personagem dum desenho animado.

"I love... little girls!!" - Oingo Boingo

I want to ride my bicycle

Como dito em outro post, acabei comprando a bicicleta hoje de manhã: é uma bem genérica (marca Samy (?????)) e até que o modelo é bem bonito, com quadro azul e cinza. Ela é bem simples, só coloquei o pezinho e arrumei um cadeado, mas pretendo fazer algumas mudanças mais para a frente, principalmente em relação ao selim. Preciso também dum capacete e daquele sinal traseiro para rodar na noite.

Essa bike acabou vindo mais para agilizar as viagens à academia. Como gosto muito do local que frequento há um ano e meio, não quis abrir mão de fazer musculação na Cambuí Fitness. Porém, como ela fica do outro lado do bairro, eu estava gastando quarenta minutos todo dia para ir e voltar de lá. Considerando que chego em casa do trabalho às 19 h, janto e preciso dum tempo para fazer a digestão, o cronograma já estava ficando BEM apertado. Além disso, não dava tempo de ir treinar antes do expediente - mentira, até dá, mas eu não consigo mais acordar antes das 6 da madrugada.

Apesar da tomada, ela não é elétrica


O único porém ficou por conta do cadeado de segurança: comprei um simples e com bastante espaço para prender a bicicleta a outros objetos, mas todo esse espaço extra acabou impedindo que eu utilizasse o suporte na garagem do prédio. Quando levantei a roda dianteira e a prendi, era preciso que o cadeado fosse mais justo para que a bike não se movesse. Como há muita sobra, ela escorregou para trás e ficou meio pendurada, quase caindo. Ainda nessa semana quero comprar um cadeado menor ou até mesmo uma corrente, daquelas que os fantasmas normalmente arrastam.

Friday, August 6, 2010

Som de Sexta V

Continuando a tríade de hinos de futebol, postarei agora o que deveria ser postado na última semana. Como eu disse, conforme eu passava a gostar de hinos novos, fui expandindo os horizontes e baixando músicas de clubes de fora do Brasil, inclusive vários da Espanha. Confesso que não era muito fã destes, mas após ler Don Quixote, resolvi dar mais uma chance às equipes ibéricas. Apesar de todos os grandes como Barcelona e Real, quem me cativou de verdade foi o Levante.

A modesta equipe da região de Valência teve sua fundação em setembro de 1909 e recebe um nome interessante: "levante" é o nome dado à brisa que vem do mar e passava pelo antigo campo de futebol. Apesar de centenário, disputou apenas cinco vezes a primeira divisão nacional, mas foi bicampeão da segunda e ergueu uma vez a taça da terceira. Hoje, recém-classificado a jogar La Liga, já contou com jogadores como: Predrag Mijatović, Sergio García e um tal de Johan Cruyff.


Thursday, August 5, 2010

Feijoada

Estive em Araras mais uma vez no último dia de julho para uma feijoada que seria a despedida de um dos vários primos da Lu: Zé Vítor, que deve viajar para os Estados Unidos em breve, recebeu da mãe Mara como despedida um encontro com toda a família, um almoço excelente e a melhor caipirinha que já bebi.

Saímos de Campinas um pouco tarde, passamos na casa de minha sogra Marta e chegamos ao local da festa por volta de meio-dia e meia. Não contei nos dedos, mas acho que algo entre trinta e quarenta pessoas já se acotovelavam na sala. Conheci alguns dos últimos primos que me faltavam (só falta um médico de Bauru) e sofri bullying tardio de dois ou três tios da minha namorada, mas depois os dois me abraçaram, disseram que era tudo brincadeira, que gostavam de mim e essa coisa toda. Normal, sempre é assim com os "genros". Aliás, arrumei uma ótima sogra, mas arranjei um enxame de "sogros" que ficam na minha marcação - sinal de que namoro a joia da coroa.

MUITO melhor que a modinha bacon

Após a farta refeição, as várias sobremesas (havia quase dez disponíveis, mas só peguei um pavê de sorvete recomendado pelo cunhado Ítalo) e um longo silêncio coletivo causado pelo sono, fomos dos últimos a partir e ficamos na casa da dona Marta para comer uma pizza, mas vou ficar devendo o nome de quem fez a massa. A surpresa da noite foi um vinho, que descobrimos depois ser um fermentado de caju da marca Siará. Excelente bebida, mas "um perigo", como qualificou minha sogra.

No domingo, mais um excelente café da manhã (minha sogra deve pensar que eu sou esfomeado, toda vez como demais perto dela) e almoço no restaurante Morro do Ronque, que fica perto dum condomínio fechado interessante: um professor de Artes construiu um CASTELO (é verdade) lá dentro, dá até para ver uma torre de fora. Infelizmente não levei a câmera, mas quando voltar lá eu fotografo e posto aqui.

Depois de comer uma picanha, passamos no Walmart para tentar comprar uma bolsa térmica - que eu usaria para levar minha própria comida à IBM - e, como em vários outros lugares, eles não tinham o que eu procurava. Para encerrar o fim de semana, mais um café da tarde na casa da dona Diva e mais comilança - como eu já disse, Araras engorda.


Tuesday, August 3, 2010

Minha enteada chegou

Como já disse há algum tempo, minha namorada havia perdido seu hamster Mickey - falecido após travar uma batalha contra um tumor no fígado. Pois bem, após alguns meses, a recuperação da Lu e o aumento em seu tempo disponível, foi possível adotar um novo bichinho de estimação. Novamente, um roedor. Ou melhor, umA roedorA.

A nova mascote é a hamster síria Carmela, de pelagem chocolate e branca (mais ou menos dividida em três faixas). Ela foi comprada na primeira noite de agosto aqui em Campinas mesmo, numa parada após a volta de Araras - relatarei a viagem em outro post. Com cerca de quarenta dias de vida e uma energia inacreditável, ela agora habita a gaiola de seu antigo "parente". Ainda bem arisca, ela não se acostumou com a dona e só agora começa a usar sua casinha. A rodinha, no entanto, deve ficar gasta em pouco tempo de tanto uso.

"Tá. Deixo fotografar, mas com sorriso é mais caro"

Como bem disse minha namorada, essa foto foi tirada num momento de bobeira da Carmela. O hamster, naturalmente acelerado, é bem tranquilo perto do animalzinho da foto - ela já deve ter ido até Minas Gerais correndo no seu brinquedo. Agora só resta torcer para que ela vá se acostumando com a voz e com o cheiro de minha namorada - e, eventualmente, para que eu não seja um estranho também.

P.s.: minha namorada me cutucou dizendo que tenho que me incluir mais. Farei um esforço para que a Carmela vá se acostumando com minha voz de locutor de rádio AM.

Nasdrovia!!!

Sexta-feira passada voltei a ser um Net. Não sei se escolheram um comandante soviético como garoto propaganda para retratar o perfil democrático e flexível da empresa de tv a cabo, internet e telefonia, ou como referência aos avanços tecnológicos que geraram tanto conforto à população da terra de Zangief, mas enfim, agora estou incluso digitalmente mais uma vez.

Vez ou outra ainda precisarei ir à lan house, principalmente caso haja necessidade de impressão de algum documento. Até lá, seguirei postando, orkutando e twittando do meu barraco ou do apartamento ao lado.


Combo NET com pacote do Brasileirão. 
As massas clamam pela Série B também.

Monday, August 2, 2010

Democracia

Na última quinta-feira de julho, dia 29, participei da primeira reunião de condôminos da minha vida. Como nunca morei em prédio, a impressão que eu tinha desses encontros era a de discussões caóticas, trocas de acusações e empurrões sem fim - provavelmente algo que peguei vendo a classe média desenhada pela Globo. Hora que saí do elevador, no entanto, já tive certeza de que não passaria por nada daquilo.

Dos quarenta e oito donos de apartamentos, menos de uma dezena de proprietários apareceu: seis ou sete "vovós" moradoras, um casal de locatários (também de idade avançada), duas mulheres na casa dos quarenta (uma delas, a síndica) e eu, reduzindo muito pouco a média de idade.

Donas Filomena e Chiquinha

Após um pouco de alvoroço causado pela tagarelice das senhoras, a reunião teve início e foi conduzida por um rapaz que trabalha na empresa administradora das contas do edifício. Contas prestadas, tudo em ordem, seguimos em frente, mas estranhei que todo o pessoal começou a perguntar sobre um caso antigo de inadimplência (por que tanta preocupação com alguém que não paga o condomínio desde 2001?).

Segundo tópico: eleição de síndico. Márcia, a síndica atual, sabia que ninguém estava disposto a assumir esse desafio (vulgo "bucha") e, entre gargalhadas e risos, disse que aceitaria um novo mandato, desde que contasse com a aclamação dos condôminos. Como a aceitação era unânime, a atual administradora aceitou mais dois anos de mandato. A preocupação geral, novamente, foi a do homem do 12 e seus eternos meses de contas atrasadas. Aí já notei que havia algo muito errado com esse personagem.

Após algumas sugestões, milhares de interrupções sem sentido e conversa paralela suficiente para me levar de volta aos anos do primário, finalmente chegou o último e tão aguardado bloco: a discussão de assuntos gerais, quando se definiria a situação em volta do vizinho do 12. A polêmica é que, como eu disse, esse senhor devia contas de condomínio desde quando o World Trade Center era só um ponto comercial. "Devia", pois ele morreu na última terça-feira e deixou, como parte da sua herança, uma dívida de cerca de R$ 14.000,00 ao edifício.

A problemática vai além do lado monetário: o primo deste homem, que sempre frequentou o prédio e que inclusive me levou a pensar que ele também era morador, agora foi proibido de entrar até na portaria. O imóvel, agora lacrado, não pode ter nenhuma visita e qualquer aproximação pode ser encarada como invasão de domicílio, permitindo até uma ligação para a polícia. Mais: surgiu uma irmã que nunca foi vista por aqui e que talvez seja a herdeira do imóvel (e de suas dívidas).

Enfim, essa novela ainda está em aberto e bem longe de terminar. Por enquanto, o clima entre o primo e os porteiros já ficou pesado, a dívida sobrevive firme e forte e as velhinhas vão ter muito para fofocar - e eu, para escrever aqui, caso falte algo melhor para postar. De resto, a situação está indefinida e ainda deve se arrastar por uns bons anos.

Sunday, August 1, 2010

O Ferro nunca mente

Texto do músico americano Henry Rollins sobre musculação. O material caminha pela megalomania (parece algo escrito pelo gaúcho Eduardo Bueno, o Peninha), mas tem algumas passagens interessantes e motivadoras. Eu queria publicar apenas uma passagem e criar um link para os escritos traduzidos, mas só achei o texto em fóruns. Enfim, ao texto:

Creio que a definição de "definição" é "reinvenção". Para não ser como seus pais. Para não ser como seus amigos. Para ser você mesmo.

Quando eu era pequeno eu não tinha nenhum sentimento sobre mim. Tudo o que eu era, era um produto de todo o medo e humilhação que eu sofria. O medo dos meus pais. A humilhação dos professores que me chamavam de "lata de lixo" e dizendo que eu seria jardineiro para sempre. E o real terror dos meus colegas. Eu era ameaçado e espancado por causa da cor da minha pele e do meu tamanho. Eu era magro e desajeitado, e quando os outros me provocavam, eu não corria para casa chorando, perguntando por que razão. Eu sabia muito bem. Eu estava lá para ser antagonizado. Nos esportes eu causava riso. Um desajustado. Eu era muito bom no boxe, mas apenas pois a raiva que sentia a cada momento me tornava selvagem e imprevisível. Lutava com uma estranha fúria. Os outros garotos achavam que eu era louco.

Eu me odiava o tempo todo. Pode parecer estupidez, mas eu queria falar como eles, vestir-me como eles, andar tranquilo sabendo que eu naum iria apanhar no corredor entre as classes. Anos se passaram e eu aprendi a guardar tudo dentro de mim. Eu só conversava com alguns rapazes na minha classe. Outros perdedores como eu. Alguns deles são até hoje as melhores pessoas que eu conheci. Saia com um cara que teve sua cabeça lavada na privada algumas vezes, trate-o com respeito e você encontrará um fiel amigo para sempre. Mas, mesmo com os amigos, a escola era uma merda. Os professores dificultaram muito. Mas não os culpo.

Depois, veio o Sr. Pepperman, o meu orientador. Ele era um veterano do Vietnã turrão e ele era assustador. Ninguém nunca o interrompeu na sua classe. Uma vez um garoto o fez e o Sr. P. o levantou do chão e o prendeu no quadro-negro. O Sr. P. podia ver que eu estava em má forma, e uma sexta em outubro ele me perguntou se eu já tinha treinado. Eu disse que não. Ele me disse para usar algum dinheiro que eu guardei para comprar um conjunto de cem libras em pesos na Sears. Quando saí da sua sala, eu comecei a pensar em coisas que iria dizer a ele na segunda-feira, quando ele perguntaria sobre os pesos que eu não estava indo comprar. Ainda assim, ele me fez sentir especial. Meu pai nunca realmente chegou tão perto de se importar assim. No sábado eu comprei os pesos, mas eu não consegui nem mesmo arrasta-los até o carro. Um vendedor riu e me ajudou com um carrinho.

A segunda-feira chegou e eu fui chamado ao gabinete do Sr. P depois da aula. Ele disse que ia me mostrar como treinar. Ele estava indo me colocar em um treinamento e começar a bater-me no plexo solar, no corredor, quando eu não estava olhando. Quando eu aguentasse os socos iríamos saber que estávamos chegando em algum lugar. Em nenhum momento eu deveria me olhar no espelho ou contar a alguém o que eu estava fazendo. No ginásio ele me mostrou dez exercícios básicos. Eu nunca prestei tanta atenção em alguma coisa como nesse treinamento. Eu não queria decepcioná-lo. Fui para casa e comecei a treinar naquela noite mesmo.

Semanas passaram, e de vez em quando o Sr. P. me socava e eu caía no corredor, meus livros voavam. Os outros alunos não sabiam o que pensar. Mais semanas passavam e eu constantemente ia adicionando novos pesos à barra. Eu podia ver um poder dentro de meu corpo crescer. Eu podia senti-lo. Logo antes do Natal eu estava caminhando para a classe, quando Mr. Pepperman apareceu do nada e me deu um soco no peito. Eu ri e continuei andando. Ele disse que eu poderia olhar para mim mesmo agora. Eu fui para casa e corri para o banheiro para tirar minha camiseta. Eu vi um corpo, e não apenas a casca que guardava o meu estômago e meu coração. Meu bíceps cresceu. Meu peito definiu. Eu me senti forte. Foi a primeira vez que me lembro de ter auto-estima alta. Eu tinha conquistado algo que nunca ninguém poderia jamais levar embora. Ninguém poderia dizer merda para mim.

Levei anos a fim de apreciar plenamente o valor das lições aprendidas dos pesos. Eu costumava pensar que ele era o meu adversário, que eu estava tentando levantar o que não quer ser levantado. Eu estava errado. Quando o ferro não quer sair do suporte, é a melhor coisa que ele pode fazer por você. Se ele voou para cima e passou o limite máximo, significa que ele não ensinou nada. Essa é a forma como o peso conversa com você. Diz que o você aguenta é o que você vai ganhar. Que aquilo que você trabalha contra, sempre vai trabalhar contra você.

Foi com uns vinte e tantos anos que eu percebi que a musculação fez eu me dar um excelente presente. Eu aprendi que nada de bom vem sem um trabalho duro e uma certa quantidade de dor. Quando eu termino um set que me deixa tremendo, eu aprendo mais sobre mim mesmo. Quando alguma coisa dá errado na minha vida, eu sei que não é tão ruim quanto o treino.

Eu costumava lutar contra a dor, mas recentemente se tornou claro para mim que a dor não é minha inimiga, é o meu chamado à grandeza. Mas quando se lida com o ferro, é preciso ter cuidado ao interpretar a dor corretamente. A maior parte dos acidentes envolvendo o ferro vêm do ego. Uma vez eu levantei peso que meu corpo não estava pronto para ser levantado, demorei alguns meses para levantar alguma coisa mais pesada do que um garfo. Tentar levantar o que você não está preparado vai ensinar-lhe uma pequena lição de contenção e auto-controle.

Nunca conheci uma pessoa verdadeiramente forte que não tinha respeito próprio. Eu acho que muito conteúdo direcionado para dentro e para fora se passa por respeito próprio: a pior forma de respeito próprio é a idéia de subir pisando no ombro alheio ao invés de fazer tudo por conta própria. Quando vejo caras treinando por motivos cosméticos, vejo a vaidade expondo-os na pior maneira, como caricaturas, personagens, painéis de desequilíbrio e de insegurança. A força revela-se através do caráter. Essa é a diferença entre seguranças que se animam batendo nos outros e o Sr. Pepperman.

Massa muscular não é sempre igual força. A força é bondade e sensibilidade. A força é o seu entendimento de que o poder é tanto físico quanto emocional. Que se trata do corpo e da mente. E do coração.

Yukio Mishima disse que ele não pode entender a idéia de romance se ele não fosse forte. Romance é tão forte, uma paixão avassaladora, que um organismo enfraquecido não pode sustentar-lo por muito tempo. Eu tenho alguns dos meus pensamentos mais românticos quando estou treinando. Uma vez eu estava apaixonado por uma mulher. Eu pensei mais sobre ela quando a dor de um treino duro corria pelo meu corpo.

Eu a queria mais que tudo. Tanto que o sexo era apenas uma fração do meu desejo. Foi o único e mais intenso amor que já senti, mas ela vivia longe e eu não a via muitas vezes. Treinar era uma forma saudável de lidar com a solidão. Nesses dias eu treinava ouvindo musicas românticas.

Eu prefiro treinar sozinho. Isso permite que eu me concentre nas lições que o ferro tem para mim. Aprender sobre o que eu sou é sempre um tempo bem gasto e eu não podia ter encontrado melhor professor. O ferro me ensinou a viver. A vida é capaz de te levar para fora da sua mente. Do jeito que as coisas são hoje em dia, é uma espécie de milagre se você não está louco. As pessoas tornaram-se separadas de seus corpos. Eles já não são inteiros.

Vejo-as passar de seus escritórios para os seus carros e para os seus lares suburbanos. Eles se estressam constantemente, eles perdem o sono, se alimentam mal. E se comportam mal. Os seus egos correm de maneira selvagem; eles estão correndo atrás de um acidente vascular cerebral maciço. Eles precisam é de uma mente de ferro.

Através dos anos, tenho combinado meditação, ação e treinamento em uma força única. Acredito que quando o corpo é forte, a mente tem pensamentos fortes. Tempo gasto longe do treino faz minha mente degenerar. Eu entro em uma profunda depressão. Meu corpo desliga minha mente.

O ferro é o melhor antidepressivo que conheci. Não existe melhor forma de combater a fraqueza do que com a força. Uma vez que o corpo e a mente foram despertados para o seu verdadeiro potencial, é impossível voltar atrás.

O ferro nunca mente a você. Você pode andar por aí e ouvir todos os tipos de conversa, podem dizer que você é um deus ou um idiota. O ferro sempre te mostra seu real tamanho. O ferro é o grande ponto de referência, o que dita corretamente as perspectivas. Sempre existe como um farol no breu negro. Eu encontrei no ferro o meu melhor amigo. Nunca sente medo de mim, nunca foge de mim.

Amigos vêm e vão. Mas cem quilo são sempre cem quilos.

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