Até um mês atrás, era morador do Jd. Paraíso em Campinas, bairro próximo ao estádio Brinco de Ouro da Princesa e como a vizinhança era extremamente reclusa, era difícil até fazer uma análise da minha vizinhança como um grupo - conheci poucos vizinho nesses doze anos em que habitei o bairro. No entanto, o agitado pedaço que moro (divisa entre Centro e Cambuí, que é o bairro dos bares e do comércio de grifes da cidade) permitiu ter bem mais contato com quem vive ao meu redor - em menos de um mês, já sei o nome de mais vizinhos do prédio do que sabia do bairro antigo.
Uma peculiaridade que ficou nítida na primeira mateada na pracinha perto do apê foi que ter cachorrinho (chihuahua, pinscher, yorkshire, shih tzu e mais alguns que não achei no Google) é praticamente um acessório obrigatório para as peruas do bairro. Toda manhã elas ficam circulando pela praça, aguardando pacientemente o funcionamento do intestino de seus pequenos amigos, de sacolinha na mão para limpar qualquer sinal de sujeira. Isso sempre me lembra um stand up de Jerry Seinfeld, em que ele diz que um alien que pousasse na Terra pensaria que os cães são donos dos humanos.
Isso até pareceu razoável, já que ter um cachorrinho de raça acaba virando até um fator para interação social: as madames se encontram, falam das manias do Mickey e do Nicky, caminham juntas... mas a criação do Bloco do Bob, para os cachorros "pularem" Carnaval, foi de uma cretinice que me causou um nível inédito de vergonha alheia.
Outra observação sobre o bairro é que mesmo movimentado, as pessoas parecem viver num ritmo mais tranquilo por aqui. Sempre vejo gente andando, entrando e saindo do comércio, mas nunca ninguém tão apressado quanto alguém que está na 13 de Maio ou na Francisco Glicério.
Sobre a infiltração (que não é tão interessante, mas vale como linha do tempo): como eu imaginava, o porteiro se esqueceu de falar para a minha vizinha de cima sobre o problema. Fui até lá, falei com ela (uma garota bem simpática e prestativa), acho que essa semana um encanador vai lá resolver o problema. Quando estava quando me esquecendo e indo embora sem perguntar, quis saber qual era o nome dela. Bruna, é claro, é o nome dela (mesmo nome duma ex-namorada, mas nada relevante). Aliás, outras vizinhas também causaram coincidências: a do lado se chama Lucila, assim como minha irmã e a da frente tem o porte físico parecido com o da minha mãe.
E semana passada disse que estava lendo o livro Uma história dos povos árabes, de Albert Hourani. Ontem terminei a leitura e hoje recomecei Os cães ladram, de Truman Capote (americano pai do jornalismo literário). Livraço, por enquanto segue bem a linha do Fama & Anonimato (Gay Talese, outro jornalista americano), mas muito mais floreado.
p.s.: só depois que escrevi o post que notei a coincidência entre o carnaval canino e o livro que retomei. A escolha da leitura já havia sido feita a alguns tempos, já que peguei uma sequência de livros de história e queria fugir um pouco do estilo.
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