Já é passado um terço de dezembro
e, convenhamos, já se pode considerar o ano como encerrado – e por isso publico minha retrospectiva de 2015. Foi um ano pacato, como já antecipado num post anterior, mas aqui desenho uma
linha do tempo dos poucos acontecimentos deste período de estudos e
desenvolvimento pessoal.
Depois dum mês de janeiro de
pouco trabalho (apenas para lembrar, trabalho como suporte dum time de
vendedores de serviços de software), em fevereiro tive vinte dias de férias.
Fiz uma viagem curta, na qual passei por São Paulo, São José dos Campos e
Maranduba. Revi bons amigos que não via havia muito tempo e, no caso de uma
pessoa, que eu talvez nunca mais a reveja depois de sua emigração. No período
restante das férias também foi quando busquei a pós-graduação, com o início das
aulas em março.
É uma pós-graduação em
Administração. Até quem estudou esta área brinca que ADM é para quem não sabe o
que quer da vida e, bom... este senso de direção nunca foi meu ponto forte
mesmo – vide o nome do blog. Porém, como jornalista cujo diploma adorna tão bem
a última gaveta duma cômoda e cuja vida profissional foi toda passada dentro
duma empresa de TI, esse curso veio muito a calhar. Nele encontrei gente de
toda área, como: Nutrição, Engenharia química, Farmácia, Educação Física,
Publicidade e Propaganda; todos dispostos a formalizar e aprofundar os
conhecimentos desta área na qual já desempenhavam alguma função. E embora não
mantenha pretensões de ocupar um cargo de liderança, tenho amadurecido muito
com disciplinas como Marketing Empresarial, Contabilidade, Matemática
Financeira, Produção e Serviços, além de Liderança.
Paralelamente à pós-graduação, permaneci com as aulas de
russo. Durante quase todo o ano realizei encontros semanais com meu professor
através do Skype, já que ele passa meses em Moscou para concluir seus estudos
em música e retorno ao Brasil apenas no meio do ano para passar as férias. O
curso vai bem, embora eu ache que minha capacidade poderia ser melhor após um
ano e pouco de aulas. E essa defasagem é inteiramente culpa minha, devido à
minha falta de iniciativa de praticar e ler além dos exercícios e atividades em
aula. Enfim, dou um passo atrás para dizer o porquê das aulas, já que nunca as
expliquei aqui.
Letra cursiva ou rabisco? Apenas rabisco (acho) |
Em algum momento de 2014 li um post dum blogueiro que
lamentava não poder obter informações vindas diretamente de Moscou, cada vez um
player mais atuante
no cenário geopolítico global depois de tantos anos depois do fim da União
Soviética, devido à barreira do idioma. Havia a imprensa ocidental e a russa,
porém nenhuma é lá cem por cento digna de confiança irrestrita. E como buscar,
ler e compreender as opiniões expostas em blogs, vídeos, fóruns e redes
sociais, como o VKontakte
ou o “nosso” Facebook? Inspirado por esse questionamento, com o qual me deparei
justamente quando pensava em estudar um novo idioma, busquei um professor
particular de russo e deixei de lado o plano de estudar alemão.
No aspecto profissional o ano não foi lá muito agitado
também. Passei por uma reestruturação de equipe e graças a ela quase todos os
colegas com quem eu trabalhava em janeiro foram espalhados pela empresa e
passei a trabalhar com cerca de vinte de pessoas que eu pouco ou sequer
conhecia. E, surpreendentemente, hoje tenho melhor relacionamento com esse
pessoal do que com muitos dos antigos colegas. Quanto ao apoio a vendas
mencionado anteriormente, aqui surgiu um problema quando vendedores passaram a
centralizar suas atividades em pessoas localizadas no próprio México em vez de
buscar meu time. É uma queda abrupta de volume de trabalho e tenho realizado
outras tarefas, como cuidar de acessos a sistemas e do inventário de máquinas
para me manter necessário, porém já prevejo que o ano de 2016 será de mudanças,
provavelmente de tarefa ou talvez de time.
Pessoal da IBM reunido no Outback. Na época o cavanhaque fez com que me chamasse de "Vadinho" por uns dias |
O campo afetivo foi, talvez, o mais estático de 2015. Terminei
2014 num momento de fim dum namoro e não é possível simplesmente se esquecer
duma pessoa, mas administrar as lembranças, como bem narrado no filme Brilho eterno de uma mente sem lembranças,
um dos que entrará na minha lista dos meus preferidos no ano – eu já o havia
visto antes, mas logo mais explico direito porque ele entra na lista mesmo tão
tarde. Então, entre um novo encontro aqui e outro ali, com direito a um “causo”
absurdo e surreal, a principal tarefa do ano foi “exorcizar” as lembranças de
Eloísa de alguns lugares que ela ocupou. Não tínhamos um acervo cultural em
comum extenso, então ela não chegou a ocupar músicas, filmes nem livros. Seu
rastro permaneceu nos lugares que visitamos, nos momentos que compartilhamos e
nos amigos que esporadicamente ainda me perguntam o que aconteceu com o namoro.
Um dos últimos rastros com o qual tive de lidar foi uma
camisa social, presente que recebi de meu pai depois de muita insistência dele
– ele queria porque queria me dar de presente de Natal uma camisa duma marca
cara e eu acabei cedendo nos últimos dias de novembro de 2014, na véspera da
separação. A camisa, de finas listras brancas e rosadas com detalhes azuis no
interior do colarinho e do punho, é linda e foi elogiada por nem sei exatamente
quantas pessoas nos dois dias em que a vesti para trabalhar, mas me levou pouco
mais de um ano para conseguir tirá-la do armário.
Em suma, 2015 se assemelha a 2013, ano em que também adotei
a introspecção e precisei me isolar um pouco para trabalhar algumas questões
pessoais e internas. Naquele ano precisei buscar meu verdadeiro eu (se é que
realmente conseguimos essa identificação) e aceitei quem eu realmente era e os
valores nos quais eu realmente acreditava; em 2015 precisei cortar um pouco da
própria carne e buscar o desenvolvimento que por tanto anos adiei.
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