Na verdade, tenho me dedicado muito mais a esta luta do que ao levantamento de pesos: na primeira semana fiquei todo dolorido graças à nova atividade - só com algum exercício aeróbico pesado para trabalhar grupos musculares diferentes dos habituais - e fiz apenas duas aulas, nas semanas seguintes fui interrompido por horas extras e uma gripe, portanto dei um tempo aos halteres, barras e anilhas.
Há duas aulas por semana, uma na segunda e outra na quarta-feira, de uma hora cada. Sempre a primeira metade de cada aula é dedicada ao condicionamento físico com muitos abdominais, corridas e exerícios com pesos enquanto a segunda é dedicada à prática do boxe de fato. Nos primeiros dias treinei separado para trabalhar postura e decorar os golpes, mas agora já posso treinar com alguma dupla e estou prestes a comprar um par de luvas. Confesso que esta segunda parte não tem sido tão intensa quanto eu imaginava, mas depois fui entender que há diferença entre lutar numa escola de artes marciais, onde os objetivos são mudanças de faixa e até eventuais competições enquanto numa academia o boxe, assim como a yoga e o pilates, perdem sua essência e são apresentados aos alunos de maneira muito mais fácil de assimilar - como um exercício aeróbico intenso ou meros exercícios de alongamento, no caso das duas últimas atividades.
Apesar disso, gosto do trabalho do professor Daniel. O treino não é tão técnico quanto numa escola de boxe, por exemplo, mas ele compensa bem forçando a turma na parte do condicionamento físico já que este é o propósito maior da aula. Mesmo com a alta porcentagem de mulheres, geralmente mais de sessenta por cento dos alunos presentes, ele exige esforço de todos e não passa um treino mais leve - e não lembro de protestos vindos delas, no máximo algum riso de descrença dado por uma garota após o pedido para que algum exercício mais árduo fosse feito.
Turma toda pulando corda no aquecimento |
Lamentei apenas ter me dedicado a uma aula assim tão tarde. Primeiro pois isso poderia ter me ajudado a perder peso mais rápido ou até evitado que eu tivesse engordado tanto, fora que teria condicionamento físico hoje - perdi quase trinta quilos e ainda não aguento uma corrida de um quarteirão. Além disso, seria muito melhor espancar sacos de pancada do que interiorizar revolta e frustrações da adolescência, mas agora não adianta lamentar pela oportunidade perdida.
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