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Friday, February 4, 2011

Ponte Preta, um grande negócio

Antes que a notícia se espalhe, já vou divulgar a bomba e conseguir o furo jornalístico antes de toda a imprensa nacional: uma grande multinacional irá patrocinar a Ponte Preta durante o ano de 2011. As quantias e o período do contrato ainda não foram definidos, mas o acordo já é certo, porém a multinacional definiu algumas cláusulas contratuais e algumas prometem levar o ambiente corporativo ao estádio Moisés Lucarelli. Para não melar a negociação, chamarei esta empresa de... HAL.

Primeiro haverá uma série de reuniões para definir metas, estabelecer quais serão as métricas para controles (como acuracidade e um scorecard para mensurar os destaques em cada área, entre muitas outras peças duma sinfonia de planilhas) e a instalação duma auditoria para sanar dívidas da administração anterior. Com a casa arrumada, será então o momento de contratar novos recursos, digo, jogadores. Uma equipe especializada do RH deve entrevistar as peças do elenco atual para definir quem é necessário e quem deve ser realocado. Comprometimento, habilidade e trabalho em equipe serão os valores necessários para quem deseja permanecer na equipe.

Você estaria disponível para fazer horas extras?
Após a liberação de alguns colegas de trabalho já não tão produtivos, chega a hora de contratar jogadores. Currículos serão aceitos para processo seletivo dividido em fases: teste de aptidão, exames médicos, entrevista por telefone, dinâmica de grupo (o Se Vira nos 30 dos desempregados) e, finalmente, entrevista gerencial - Gilson Kleina pode continuar, mas Oswaldo de Oliveira é um nome bem cotado. Encontros descontraídos como happy hours e retiros para promover sinergia serão proporcionados pelo clube visando criar um ambiente de trabalho saudável e aberto à diversidade de tantas vivências e necessidades.

O time, já montado e sinérgico, passará por uma pré-temporada em Hortolândia, onde gerentes administrativos e do futebol promoverão workshops e palestras, com ênfase em temas como motivação, comprometimento, sede por desafios e aprendizado. Este último ítem, aliás, tem destaque especial, já que a HAL visa o aperfeiçoamento constante de seus profissionais. Será implantada inclusive uma planilha para medir o grau de experiência de cada jogador em cada área, facilitando assim a mobilidade do recurso caso deseje se candidatar a outras vagas, digo, posições (um zagueiro com bom skill de visão de jogo pode tentar uma se candidatar a volante, por exemplo).

Aqui temos um crescimento de 7% no acerto de passes com a perna ruim! Parabéns!!
EM CAMPO

Em dias de jogo, o elenco terá uma breve reunião (vapt-vupt, só uma hora) para apresentação de resultados recentes, indicação de pontos a serem melhorados e informações para o próximo confronto. A preleção termina com uma dinâmica de grupo proposta pelo RH com o objetivo de promover um ambiente mais saudável.

O time então entra em campo pronto para encarar desafios. O treinador com perfil de gerente orienta seus comandados com o cuidado de não desestabilizar o ambiente pacífico. Há incentivo ao diálogo para que as relações inter-pessoais entre jogadores não sejam prejudicadas, porém é preciso observar a maneira mais correta de fazer um feedback construtivo (e nunca negativo): "OLHA A CAGADA!" após um volante perder a bola na intermediária deve ceder lugar ao mais polido "Vamos lá que ainda dá para recuperar esse setback!".

Intervalo! Hora de descansar, recuperar as energias e, se for aniversário de alguém, comer um bolo no vestiário – afinal, descontração e glicose sempre proporcionam um ambiente de trabalho animado. Entre uma mordida e outra, o treinador recebe o status de cada posição e pode adequar seu time à demanda que surgir durante a partida. Caso surja uma situação desfavorável à organização (como um recurso indisponível por ter levado um carrinho violento, resultado negativo ou falta de skill para finalização de jogadas), um rápido brainstorm será realizado para que soluções sejam propostas – e, após dois ou três jogos, a HAL envia carta à Fifa pedindo aumento do intervalo de quinze minutos para uma hora e meia.

Em caso de derrota ou empate, os impactos serão mensurados e discutidos por diretores para definir quais ações devem ser tomadas. Nomeação dum novo gerente, realocação dos recursos dentro do projeto e até implementação de novos modelos de gestão são medidas cabíveis para reversão de períodos prolongados de metas não atingidas. Caso nada mais dê certo, o outsourcing é a solução final e aí o investimento todo vai para o Vasco... de Goa, Índia. No entanto, se o time ultrapassar as expectativas e atingir suas metas, ah! Aí os atletas ganham até uma bola de sorvete ou uma caneta!

Francescoli, PBC 1 após o projeto Libertadores

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