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Thursday, March 21, 2013

Meira Penna

Outro trecho de O Espírito das Revoluções, de José Osvaldo de Meira Penna. Reflete bem o momento de revolta coletiva com o atrasado Pastor Feliciano.

"Como todos os engenheiros sociais, cientistas políticos 'construtivistas' e políticos demagógicos, Alberto Salles pregava a República, o direito de voto e a democracia. Queria que o povo governe. Mas quando esse povo ... elege como seus representantes assassinos, narcotraficantes, proxenetas, analfabetos e sem-vergonhas, passam a esganar-se no protesto moralista, patrioteiro e apocalíptico. Ora, não somente cada povo tem o governo que merece, mas o nível intelectual e moral da República reflete o gabarito intelectual e moral dos eleitores. Não é fácil sair dessa... A mania de redigir constituições ineptas, com elas desencantar-se e, logo em seguida, procurar reformá-las passou a ser um dos joguinhos mais populares do regime republicano. Optamos, por infelicidade, em favor do fechamento autoritário, introvertido, ressentido e progressivamente estatolátrico de que tão dificilmente nos estamos agora desvencilhando".


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