Neste último sábado a Ponte Preta fez sua primeira de cinco partidas em Araraquara devido às perdas de mando de campo causadas pelos incidentes do dérbi. Punição injusta, já que todo o vandalismo foi feito no lado bugrino antes da provocação do narrador Raul Lázaro, mas acho que os atos de indisciplina serão punidos cada vez com maior severidade graças à aproximação da Copa. Enfim, este não é o tema do post, falemos da viagem para ver a disputa contra o Náutico.
Havia combinado com Thiago e seu irmão que iríamos até a cidade da Ferroviária de carro, mas como o Edson ficaria por lá para visitar amigos, seria necessário voltar de ônibus. Saí de casa cedo para reservar dois lugares no ônibus do Torcedor Camisa 10 (uma espécie de sócio-torcedor do clube). Comprei as duas passagens, voltei para casa e aguardei até a chegada da dupla. Saímos, abastacemos o tanque e o cooler e botamos o pé na estrada. Não chegamos a ver nenhum ônibus no caminho, mas cruzamos com vários carros de ponte-pretanos, então a possibilidade dum bom público num campo a cento e oitenta quilômetros de distância de Campinas começava a se tornar mais palpável.
Na parada do posto Graal de São Carlos, uma cena curiosa: ônibus da torcida e de "cowboys" que rumavam a Barretos se encontraram. Parece que ouve alguma confusão porque alguém gritou um "Bugrão!" de longe, o suficiente para criar um atrito e algumas viaturas aparecerem. Quando chegamos, no entanto, só vimos alguns torcedores - entre eles, alguns amigos - e a peãozada. Foi engraçado ver dois públicos tão diferentes reunidos, cada um deve ter olhado para o outro e pensado: "Nossa, eles vão viajar tanto para ver isso?". E, no fundo, até têm fundamento as indagações.
Mais alguns quilômetros e chegamos à cidade que hospeda os jogos da Macaca até outubro. O novo estádio, chamado de Fonte Luminosa, é imponente e fica num ponto alto, portanto pode ser visto de longe. Apesar de acanhado (capacidade para vinte mil pessoas), tem relativo conforto com suas cadeiras de plástico e cobertura, um elemento que também ajuda a festa das torcidas com sua amplificação dos gritos. É um formato que imagino que o futuro estádio da Ponte seguirá, mas espero que criem um setor sem cadeiras para o torcedor que quiser fazer festa, como é nos estádios da Alemanha.
Edson e eu vendo o segundo tempo da partida, a essa altura a Ponte ainda perdia o jogo |
Sobre a partida, a Ponte abriu o placar com Lúcio Flávio, sofreu três gols (Elicarlos, Rogério e Eduardo Ramos), mas diminuiu com Renato Cajá e empatou com Guilherme. O resultado não foi o melhor possível se considerarmos que a rodada teve uma combinação de resultados que permitira que a Macaca ficasse numa situação mais cômoda na tabela, mas as circunstâncias do empate e principalmente a capacidade de reação demonstradas fizeram com que o ponto trazido na bagagem fosse considerado saldo positivo. Além disso, o público de cerca de duas mil e trezentas pessoas foi excelente, só não houve um número maior porque a locomoção da torcida - praticamente restrita à região metropolitana de Campinas - não foi teve muita adesão dos moradores da cidade.
Após o jogo, a melhor cena do dia: três ônibus de crianças e jovens de Araraquara que viram o jogo com ingressos doados pela diretoria da Ponte saíram da frente do estádio gritando o nome do clube, ensandecidas, com as cabeças para fora das janelas. Alguns torcedores inclusive até jogaram suas camisas, bonés e bandeiras para a molecada guardar algum "souvenir" da partida. Se esse pessoal vai se manter fiel à Ponte, ainda é muito cedo para dizer, mas tenho que aplaudir o acerto do marketing e sorrir largamente toda vez que lembrar desta cena.
Renato Cajá comemora seu gol |
Por fim, apenas um imprevista surgiu com o cancelamento do encontro de amigos que faria Edson ficar na cidade. Já que ele não teria mais o que fazer por lá, voltamos nós três e mais um amigo (Maziero) no carro para tentar chegar em Campinas mais cedo que a caravana.