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Thursday, January 5, 2012

Beber em Campinas

As andanças recentes, principalmente quando passei pelas regiões mais movimentadas da cidade, fizeram com que eu notasse quão pouco escrevo sobre a cidade. Sei que Campinas não é um pólo de turismo e que quem vem para cá, geralmente vem a trabalho ou para algum evento, não pela agitada agenda cultural como São Paulo, pela variedade de museus e pontos turísticos como Curitiba ou pelas praias, como tantas cidades simplesmente de fundação estrategicamente bem localizada.

Enfim, ficam aí minhas cinco opções preferidas de bares na cidade: já que o blog é meu, é justo que ele seja um pouco voltado ao meu umbigo e, além disso, talvez isso seja útil para algum desavisado que precisar passar pela cidade. Só para deixar bem claro: estes não são os melhores bares da cidade, apenas meus preferidos. Os considerados melhores devem ser os mais caros do Cambuí, como algum Boteco São Bento da vida.

5 - City Bar
Auto-intitulado o dono do "melhor bolinho de bacalhau do mundo", o boteco fica na Júlio de Mesquita, a uma faixa de pedestres do Centro de Convivência. Aberto desde o horário de almoço de segunda a sábado, o bar tem boas opções para beliscar como os bolinhos portugueses e tortas. Para quem não se incomodar com a cara de sujo do bar, o ambiente é bom para essa época do ano, com as mesas na calçada - e principalmente com o movimento da feira de artesanato do CDC no sábado. O público é mais maduro, apesar da presença de alguns universitários, mas a clientela - aqui e no restante da lista - foge do padrão "geração Abercrombie" que povoa o restante do bairro Cambuí durante a noite. Destaco por ser tradicional, estar habitualmente cheio e pela facilidade de acesso, mesmo num bairro em que até Teseu se perderia.

4 - Facca
Bar com cara de antigo frequentado por gente antiga. É o mais intimista dos cinco bares, o mais tranquilo e, da lista, seria o mais apropriado para uma visita a dois - até pelo pouco espaço em seu interior, não é muito recomendável ir em grandes grupos. As senhores e os senhores que frequentam também colaboram com a atmosfera propícia a boas conversas, com chopp e, para comer, recomendo a porção de mandioca frita - na verdade, uma massa moldada em pequenos bolinhos. Fica na rua Conceição, duas ou três quadras abaixo da Catedral.

3 - Casa Du e Du
O nome "Casa" é mais fiel do que se possa imaginar antes de conhecer o local: não há qualquer faixa, placa ou qualquer referência ao próprio nome para quem passa na rua, a uma quadra da Avenida Brasil, perto do McDonald's. Apenas o movimento e o barulho das conversas denuncia a presença dos frequentadores durante as noites e, mesmo assim, não por muito tempo, já que o bar fecha até cedo - talvez seu único ponto negativo. É um lugar comum sobre a Casa Du e Du citar que os garçons não servem as cervejas e que é necessário que o cliente vá até a geladeira para pegar novas garrafas e abri-las, mas há muito mais a se dizer: o bar é barato, tem boas e fartas porções, além do clima mais informal do ranking. O "self-service" de cerveja, aliás, tem uma função interessante: é uma forma prática do vivente saber qual é o seu teor alcóolico e quão bem ou mal está das pernas, algo mais difícil de se notar quando se bebe sentado por longos períodos.

2 - Casa Rio
Único bar da lista com música ao vivo, recebe alguns sambistas da cidade e outros de fora, inclusive tiveram uma temporada de shows dos Demônios da Garoa. Apesar do samba ter exclusividade, creio que a casa agrade independentemente do estilo musical de preferência de quem frequenta - eu mesmo, que não tenho uma mísera mp3 de samba, até gosto da música executada por lá. Evidente que ouvir algo no computador, em casa é uma coisa e ouvir a mesma música num local apropriado, com muita gente sambando (inclusive o garçom Pipoca, que já foi mestre-sala de alguma escola tradicional do Carnaval paulistano) são duas experiências completamente diferentes.

Enfim, sem mais divagações: este bar tem a mesma faixa de preço dos anteriores para comidas e bebidas, porém cobra uma taxa de entrada. O público é mais jovem e um pouco mais elitizado, mas não se veem muitas demonstrações de ego ou duelos de pitiboys (ainda se usa esse termo?). As noites costumam ser animadas e a feijoada de domingo, também com música, é excelente pela festa e pela comida, com vários tipos de feijão, carnes, saladas...

1 - Bar do Wili
Como disse no post de encerramento de 2011, esse bar é meu novo xodó por uma série de motivos: fica perto de casa, serve boas cervejas em pints e jarras, tem uma boa relação custo/benefício, tenho chances de encontrar algum conhecido mesmo que resolva passar por lá sem combinar nada previamente e, principalmente, é onde me sinto mais à vontade para passar e tomar uma cerveja, mesmo que apenas um copo só para molhar a garganta.

Bar do Wili no dia do UFC Rio

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