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Thursday, January 1, 2015

Cinco filmes - 2014

O ano terminou. Houve Copa, Dilma foi reeleita (inclusive a transmissão de cerimônia de posse está começando, mas sigo acompanhado as partidas do campeonato inglês), publiquei minha retrospectiva e, devido a uma boa dose de saco cheio motivação, resolvi fazer uma lista com os cinco filmes dos quais mais gostei de assistir em 2014. 

Em algum dos primeiros meses defini como meta assistir pelo menos cinquenta filmes para compensar a minha defasagem cinematográfica e cheguei a sessenta. Alguns se destacaram pela arte, pela direção, pelas atuações ou pelo enredo. Alguns foram catastróficos. Mas no geral o saldo foi positivo, desde que eu passasse pelo IMDb para conferir a nota de cada filme antes do download a fim de evitar novas bombas. Bom, chega de papo, vamos aos meus cinco filmes favoritos do ano passado.




Drama dirigido por Clint Eastwood, com Kevin Bacon, Tim Robbins e Sean Penn (estes últimos, vencedores dos Oscar de melhor ator coadjuvante e melhor ator, respectivamente, graças a este trabalho). Os três atores que destaquei interpretam amigos de infância que se reencontram depois de anos de distanciamento, ligados por um crime brutal investigado por Sean Devine (Bacon). O reencontro faz com que revelações perturbadoras surjam sobre o crime e sobre o passado do trio.





Ouvi sobre esse filme pela primeira vez como "o filme das gostosinhas se pegando" ou algo que o valha. As gostosinhas em questão são Adèle (Adèle Exarchopoulos) e Emma (Léa Seydoux), duas jovens que, obviamente, se envolvem no decorrer do filme em cenas um tanto explícitas. Porém, não se deve limitar esta obra a algumas cenas de erotismo. Muito pelo contrário: nas três horas de história acompanhamos Adèle em sua trajetória do vazio duma vida de tédio e enfado à plenitude, num caminho trilhado através de decepções, dúvidas, incertezas e descobertas, tudo retratado de forma bastante realista, sem artifícios espetaculares. Quanto às cenas de erotismo, a princípio achei-as demasiadamente arrastadas, com uma delas inclusive beirando os dez minutos de duração. Estas cenas, no entanto, surgem como regra e não como exceção: o filme todo caminha neste ritmo bastante natural de construção de relacionamento. Aos poucos as partes estudam-se, cedem mais e mais confiança até sentirem-se suficientemente confortáveis para baixarem a guarda.




Rush se propõe a contar sobre a rivalidade entre os pilotos de Fórmula 1 James Hunt e Niki Lauda no fim dos anos 70 e, concordo com a Bets, peca por contar apenas o lado do austríaco - embora o inglês seja um personagem muito mais interessante do que seu adversário, mesmo com o acidente sofrido por Lauda. É como uma história da cigarra e da formiga, em que se mostra que é importante trabalhar, se esforçar e regular seu motor durante o verão para não passar fome no inverno. E por que estou recomendando um filme que falha em sua premissa inicial? Porque ele é um filme e não um documentário: apesar dessa perda da imparcialidade ele ainda é muito divertido, mostra a F1 duma maneira espetacular e numa época espetacular.


 

Uma grata surpresa que descobri através dum anúncio quando os canais do Telecine estavam abertos para os plebeus menos favorecidos: um filme dinamarquês, cujo único ator que eu conhecia era o protagonista Mad Mikkelsen, mais famoso por seu papel como vilão em Casino Royale. O tema é bastante familiar a qualquer estudante ou jornalista formado, que sempre volta a ouvir sobre o caso da Escola Base. Lucas (Mikkelsen) é acusado de molestar sexualmente uma das alunas da escola infantil em que trabalha, a filha dum casal de amigos que nutre afeto pelo professor devido à forma como ele cuida da garota quando seus pais brigam. Lucas luta para provar sua inocência, mas é marginalizado e cada vez mais hostilizado na pequena cidade em que vive; seu filho é a única pessoa a defendê-lo. Por coincidência vi este filme na época das eleições presidenciais, período dum vale-tudo asqueroso de ofensas, insinuações, boatos e calúnias reproduzidas fartamente por tucanos, petistas e até por quem não estava em lado algum. Quantas vezes encontramos tempo para analisar, apurar e conferir a veracidade de cada nova informação que conseguimos distinguir no meio da avalanche que nos soterra diariamente nas redes sociais, mesmo as que não compartilhamos?




Aqui tenho que confessar uma distração minha: sempre via algum trecho deste filme na televisão e achava que James McAvoy interpretava um príncipe ou rei prestes a assumir o trono escocês. Ora, mas que trono, se este país é parte do reino britânico? Na verdade o título se refere à alcunha adotada pelo ditador Idi Amin, vivido por Forest Whitaker - vencedor do Oscar de melhor ator por esta interpretação. Agora ligo os dois homens: McAvoy interpreta Nicholas Garrigan, um médico recém-formado e aflito para sair o quanto antes da casa de seus pais. Aflito, ele pega um globo para girá-lo e escolher seu próximo destino: o primeiro lugar que seu dedo encontrasse. O mundo gira e o acaso escolhe por ele: Uganda. Nick chega ao país africano, trabalha como médico dum vilarejo e meio que sem se dar conta, assiste à ascensão de Amin como líder após um golpe militar. Posteriormente os dois se conhecem e Nick é convidado a ser o médico pessoal do líder. Ele aceita a oportunidade e conquista a confiança do ditador, mas fecha os olhos para as excentricidades e abusos de poder realizadas até que estas passam a se tornar um risco para o médico.

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